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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

PASTOR PURITANO CONGREGACIONAL LUTA COM O HOMEM-ARANHA

Por Steve
Do Beacon Street Diary
Adpt. Joelson Gomes

O pastor Congregacional Cotton Mather ficou muito conhecido para a história pelo episódio das Bruxas de Salem descrito abaixo neste blog. Muitos têm lido os seus escritos e sido edificados espiritualmente com eles, mas, no universo Marvel, Cotton Mather é retratado como um vilão dinâmico, violento e vingativo que luta contra o Homem-Aranha. Bem, esta peculiar caracterização de Mather pode fazer algum sentido quando vista através da lente do legado cultural dos puritanos e os julgamentos das bruxas de Salem no qual ele teve certa participação.


Nas histórias da Márvel Cotton Mather aparece como um personagem na série 1 da Marvel Team-Up, 41-45, publicados entre janeiro e maio de 1976. Ele é um "caçador de bruxas", que míope caça as bruxas através do tempo-, a partir da década de 1690 à década de 1970. A história que se desenrola nesses quatro quadrinhos começa com Cotton Mather telepaticamente atraindo a Feiticeira Escarlate - uma mutante, que usa seus poderes de bruxa para o bem - para um castelo distante.  Aparece então uma máquina do tempo, para que ele possa viajar com ela de volta para a colônia puritana congregacional em Salem, Massachusetts, em 1692, e ali persegui-la como uma bruxa durante os julgamentos que lá aconteceram. O Homem-Aranha recebe um sinal de socorro misterioso da Feiticeira Escarlate e ele acaba lutando contra Cotton Mather, ao lado de Visão (outro herói) e Dr. Doom (um vilão, que se torna um aliado do Homem-Aranha para esta aventura). Eles estão todos em Salem em 1692, em meio à histeria da caça às bruxas e Dark-Rider aparece. Ele é um ser maligno, que existe desde os tempos pré-históricos, e ganha sua força drenando o poder das bruxas. Cotton se alia com essa criatura monstruosa, acreditando ser ele o "Anjo da Luz ... que vem para combater a escuridão do homem." Parece que o Dark-Rider deu Cotton Mather seus super-poderes telepáticos, junto com sua capacidade de lançar fogo purificador em seus inimigos. Acompanhou tudo? Esta história é a releitura mais criativa dos julgamentos das bruxas de Salem que provavelmente existe.


O Cotton Mather dessas histórias em quadrinhos não tem qualquer semelhança com a figura histórica do pastor Cotton Mather. Além de um olhar muito menos sinistro do que seu sósia dos gibis, o real Cotton Mather não estava ativamente envolvido nos julgamentos das bruxas de Salem e nunca, na medida em que mostram os registros históricos viajou no tempo para a década de 1970. No entanto, Cotton Mather ficará para sempre ligado aos julgamentos das bruxas porque escolheu equivocar-se, ao invés de condenar firmemente os julgamentos e procurar acabar com eles. Sua resposta posterior aos julgamentos e à feitiçaria em geral, expressa em As maravilhas do mundo invisível. Sendo um relato dos julgamentos de várias bruxas executadas recentemente no New England ... foi visto negativamente desde o começo e sua reputação nunca se recuperou totalmente na imaginação popular.








A Conexão tangencial de Cotton Mather com os acontecimentos em Salem são as causas mais prováveis ​​para explicar por que ele foi escolhido para aparecer nessas histórias em quadrinhos. Essas histórias exigiam um puritano mal, e ele foi a figura histórica que os escritores escolheram.

A cultura popular tem tido um desejo longo e aparentemente insaciável para contar e recontar a história dos julgamentos das bruxas de Salem em inúmeras variações, mas raramente com se preocupa com a exatidão histórica. Na cultura pop, no entanto, a precisão histórica não importa, porque os julgamentos das bruxas de Salem funcionam como uma alegoria, em que os temores de injustiça da sociedade, histeria de multidão, figuras de autoridade moralmente corruptas e agitação social, encontra expressão. Essas histórias são menos sobre o que realmente aconteceu em Salem e mais sobre o clima da sociedade em que são produzidas.

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* CONGREGACIONALISMO, O QUE É ISSO?

Congregacionalismo é a forma de governo de Igreja em a autoridade repousa sobre a independência e a autonomia de cada Igreja local. Este tem sido declarado como o sistema primitivo que representa a forma mais antiga de governo da Igreja. O Congregacionalismo moderno, no entanto, data a partir da Reforma Protestante.

Já em 1550, há indícios de homens e mulheres se reunindo para pregar a Palavra de Deus e administrar os sacramentos como separados da Igreja nacional da Inglaterra (Anglicana).

Quando ficou claro que a rainha Elizabeth I não tinha a intenção de uma reforma radical da Igreja inglesa, o número dessas comunidades separadas aumentou.

Robert Browne, o primeiro teórico do sistema, insistia em que estas «igrejas separadas", deviam ser independente do Estado e ter o direito de governarem-se a si próprias, estabelecendo assim as linhas essenciais do Congregacionalismo como o conhecemos hoje.

Desde o 1580 os Brownistas (como passaram a ser chamados estes dissidentes) aumentaram em número e os contornos do congregacionalismo tornaram-se mais claramente definidos; igrejas foram formadas em Norwich, Londres, Scrooby e Gainsborough.

O movimento foi impulsionado pela perseguição. Alguns destes separatistas migraram para a Holanda (1607) e depois (1620) para os Estados Unidos da América, onde o Congregacionalismo foi influente na formação tanto da religião quanto da política daquele país.

Na Inglaterra os Independentes (como também eram chamados) formaram a espinha dorsal do exército de Oliver Cromwell. Seus teólogos defenderam a sua posição congregacionalista na Assembléia de Westiminster e os seus princípios foram reafirmados na Declaração Savoy de Fé e Ordem, em 1658.

Mesmo sendo autônomas esta independência das igrejas Congregacionais não as coloca em completo isolamento. Elas reconheceram o vínculo de uma fé comum e de uma ordem e formaram Associações locais de apoio mútuo e estreitamento de relações.

A União Congregacional da Escócia foi formado em 1812; a da Inglaterra e País de Gales em 1832.

Estas uniões não tinham qualquer autoridade legislativa, mas serviram para aconselhar as igrejas e exprimir as suas idéias em comum.

Em 1972 a maior parte das Igrejas Congregacionais na Inglaterra e no País de Gales se uniu com a Igreja Presbiteriana da Inglaterra para formar a Igreja Reformada Unida. Muitas igrejas que não concordaram com esta união formam hoje a Federação Congregacional e a Comunhão de Igrejas Evangélicas Independentes.

Nos E.U.A. na maior parte das Igrejas Cristãs Congregacionais, em 1957 ingressou com a Igreja Evangélica Reformada em uma união para formar a Igreja Unida de Cristo. As igrejas que não concordaram com esta união formaram outras associações até hoje existentes, com destaque para a Associação Nacional de Igrejas Cristãs Congregacionais e para a Conferência Cristã Conservadora Congregacional.

Adpt. Joelson Gomes

The Concise Oxford Dictionary of the Christian Church 2000, originalmente publicado por Oxford University Press, 2000.

* OS PRIMEIROS CONGREGACIONALISTAS

A maneira Congregacional de igreja na Inglaterra provavelmente tenha seu nascimento em 1567,[1] num pequeno grupo de cerca de cem irmãos que insatisfeitos com tudo o que estava acontecendo dentro da igreja inglesa, começou a se reunir para adorar secretamente no “Salão Plumbers”, Londres. Eles eram chamados de “a Igreja de Privye”,[2] (ou Igreja Privada) transformando-se esta na primeira das muitas congregações separatistas de protesto na Inglaterra. O ajuntamento foi considerado ilegal pelas autoridades, e em 19 de Junho de 1567, e segundo o proeminente historiador Congregacional Williston Walker, os seus membros foram presos, açoitados em público ou mortos.[3] Este dia é considerado por muitos historiadores como o dia da origem moderna da maneira Congregacional de ser igreja.[4] A congregação do Salão Plumbers foi assim dispersa, mas foi logo reorganizada, e agora com mais clareza de sua finalidade. Os seus membros fizeram um pacto entre si para adoração a Deus de acordo com sua compreensão puritana. Mas, mais uma vez foram descobertos, diversos membros foram novamente presos, e outros junto com seu pastor Richard Fitz foram mortos. Mas, a chama não se apagou e a história da Igreja Congregacional é longa, rica, linda e inspiradora.
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NOTAS

[1] CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos (São Paulo: Vida Nova, 2006) p. 275.

[2] Conforme “The Reformation in England” em <http://www.ucc.org/about-us/short-course/the-reformation-in-england.html> Acesso em 08/07/07.

[3] História da Igreja Cristã, 2a ed. (São Paulo: JUERP/ ASTE, 1980), p. 547. Conforme também <http://www.usgennet.org/usa/topic/colonial/religion/history.html> Acesso 08/12/07.

[4] Conforme <http://chi.gospelcom.net/DAILYF/2002/06/daily-06-19-2002.shtml> Acesso em 08/12/07.

ACESSE TAMBÉM