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sábado, 24 de agosto de 2013

HORACE BUSHNELL O PAI DO LIBERALISMO CONGREGACIONAL NOS EUA- Grandes nomes Congregacionais.



 Por Joelson Gomes
Trad. e Adpt.


 Horace Bushnell nasceu na aldeia de Bantam, município de Litchfield, Connectcut, em 14 de abril de 1802, e estudou no Yale Collge (universidade Congregacional). Depois de se formar, em 1827, foi editor literário do New York Journal of Commerce de 1828 a 1829, quando se tornou professor em Yale. Ali ele também estudou Direito, mas em 1831 entrou para o departamento de Teologia. Em maio de 1833 Bushnell foi ordenado pastor da Igreja Congregacional do Norte em Hartford, Connecticut e se casou com Mary Apthorp, o casal teve três filhos. Bushnell permaneceu em Hartford até 1859, quando, devido a problemas de saúde renunciou seu pastorado. Após isso ficou sem cargo nomeado, e até a sua morte em Hartford, em 1876, ele foi um autor prolífico e também pregava ocasionalmente.[1]



Como pregador, o Dr. Bushnell foi muito eficaz. Apesar de não ser um orador dramático, ele era original, pensativo e impressionante no púlpito. Sua posição teológica pode ser tida como uma revolta qualificada contra ortodoxia calvinista de sua época. Ele criticou as concepções vigentes da Trindade e da Expiação, também reinterpretou a Conversão (Bushnell argumentou que as crianças criadas em lares e igrejas cristãs simplesmente crescem cristãs se são formadas espiritualmente de forma correta, em sua opinião essas crianças não têm necessidade de uma experiência de conversão dramática ou decisão radical de fé), e as relações entre o natural e o sobrenatural. Acima de tudo, ele rompeu com a visão predominante que considerava a teologia como essencialmente intelectual em seu apelo, e demonstrável por processos de dedução lógica exata. A base adequada de seu pensamento pode ser encontrada nos sentimentos e intuições da natureza espiritual da humanidade. Sua principal influência filosófico teológica era Samuel Taylor Coleridge, o poeta romântico Inglês enigmático e ensaísta, cujo livro Aids to Refletionfoi muito inspirador para Bushnell.  Ele não tomava Genesis 1-11, literalmente, e não acreditava na infalibilidade da Bíblia, etc,[2]


Igreja Congregacional do Norte em Hartford
Bushnell foi conscientemente um teólogo mediador. Ele se levantou contra a corrente unitária da Nova Inglaterra e o liberalismo exarcebado, ao mesmo tempo em que resistia à rígida ortodoxia e fundamentalismo incipiente de neo-puritanismo, e a Teologia Princeton. Defendeu fortemente a crença no sobrenatural, inclusive os milagres de Jesus (embora ele não sentisse necessidade de defender cada história dos milagres bíblicos), e, ao mesmo tempo defendeu a necessidade de ajustar as doutrinas cristãs com o contexto cultural em mudança. Pode-se se dizer que ele enfureceu os liberais e conservadores.


É reconhecido pelos historiadores da teologia que Bushnell teve uma influência marcante sobre a teologia na América, uma influência não tanto, talvez, no sentido da modificação das doutrinas específicas, como no impulso, na tendência e no espírito geral que ele transmitiu ao pensamento teológico. Na estimativa do Dr. Munger era que: "Ele era um teólogo como Copérnico foi um astrônomo, ele mudou o ponto de vista e, assim, não só mudou tudo, mas apontou o caminho para a unidade de pensamento teológico." Assim, foi como um teólogo, e não como um pastor que Bushnell foi mais significativo. Primeiramente, ele forneceu o método intelectual e conteúdo para quebrar abordagem dogmática de construção do sistema de teologia puritana.[3] Na época outros pensadores estavam se movendo na mesma direção, e ele liderou o movimento na Nova Inglaterra. Foi um trabalho de coragem soberba. Dificilmente um teólogo em sua denominação estava com ele, e quase todos se pronunciaram contra ele. Quatro de seus livros são de particular importância:
 

  • Christian Nutrir (1847), no qual ele praticamente se opôs ao revivamento e efetivamente conduziu o pensamento cristão de então em direção ao novo;
  • A natureza e o Sobrenatural (1858), em que discutiu milagres e esforçou-se para levar o natural para o sobrenatural, enfatizando a sobrenatural natureza do homem;

  • O sacrifício Vicário (1866), no qual ele argumentou o que veio a ser conhecido como o ponto de vista moral da expiação em distinção à teoria do governo e a teoria penal;

  • Satisfação, e Deus em Cristo (1849) (com uma dissertação introdutória sobre a linguagem em relação ao pensamento e espírito). 



Foi acusado de opiniões heréticas sobre a Trindade e com isso foram feitas tentativas de levá-lo a julgamento, mas sem sucesso, pois em 1852 a sua igreja se retirou, por unanimidade, da associação congregacional local, eliminando assim qualquer possibilidade de outra ação contra ele.
 

Túmulo de Bushnell
Para seus críticos Bushnell formalmente respondeu por escrito com Cristo em Teologia (1851), no qual ele emprega o argumento importante que a verdade espiritual só pode ser expressa em linguagem aproximada e poética, e conclui que não pode existir uma dogmática teologia adequada. Em sua opinião toda linguagem, inclusive a teológica é metafórica.


Bushnell morreu em Hartford, em 1876.




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* CONGREGACIONALISMO, O QUE É ISSO?

Congregacionalismo é a forma de governo de Igreja em a autoridade repousa sobre a independência e a autonomia de cada Igreja local. Este tem sido declarado como o sistema primitivo que representa a forma mais antiga de governo da Igreja. O Congregacionalismo moderno, no entanto, data a partir da Reforma Protestante.

Já em 1550, há indícios de homens e mulheres se reunindo para pregar a Palavra de Deus e administrar os sacramentos como separados da Igreja nacional da Inglaterra (Anglicana).

Quando ficou claro que a rainha Elizabeth I não tinha a intenção de uma reforma radical da Igreja inglesa, o número dessas comunidades separadas aumentou.

Robert Browne, o primeiro teórico do sistema, insistia em que estas «igrejas separadas", deviam ser independente do Estado e ter o direito de governarem-se a si próprias, estabelecendo assim as linhas essenciais do Congregacionalismo como o conhecemos hoje.

Desde o 1580 os Brownistas (como passaram a ser chamados estes dissidentes) aumentaram em número e os contornos do congregacionalismo tornaram-se mais claramente definidos; igrejas foram formadas em Norwich, Londres, Scrooby e Gainsborough.

O movimento foi impulsionado pela perseguição. Alguns destes separatistas migraram para a Holanda (1607) e depois (1620) para os Estados Unidos da América, onde o Congregacionalismo foi influente na formação tanto da religião quanto da política daquele país.

Na Inglaterra os Independentes (como também eram chamados) formaram a espinha dorsal do exército de Oliver Cromwell. Seus teólogos defenderam a sua posição congregacionalista na Assembléia de Westiminster e os seus princípios foram reafirmados na Declaração Savoy de Fé e Ordem, em 1658.

Mesmo sendo autônomas esta independência das igrejas Congregacionais não as coloca em completo isolamento. Elas reconheceram o vínculo de uma fé comum e de uma ordem e formaram Associações locais de apoio mútuo e estreitamento de relações.

A União Congregacional da Escócia foi formado em 1812; a da Inglaterra e País de Gales em 1832.

Estas uniões não tinham qualquer autoridade legislativa, mas serviram para aconselhar as igrejas e exprimir as suas idéias em comum.

Em 1972 a maior parte das Igrejas Congregacionais na Inglaterra e no País de Gales se uniu com a Igreja Presbiteriana da Inglaterra para formar a Igreja Reformada Unida. Muitas igrejas que não concordaram com esta união formam hoje a Federação Congregacional e a Comunhão de Igrejas Evangélicas Independentes.

Nos E.U.A. na maior parte das Igrejas Cristãs Congregacionais, em 1957 ingressou com a Igreja Evangélica Reformada em uma união para formar a Igreja Unida de Cristo. As igrejas que não concordaram com esta união formaram outras associações até hoje existentes, com destaque para a Associação Nacional de Igrejas Cristãs Congregacionais e para a Conferência Cristã Conservadora Congregacional.

Adpt. Joelson Gomes

The Concise Oxford Dictionary of the Christian Church 2000, originalmente publicado por Oxford University Press, 2000.

* OS PRIMEIROS CONGREGACIONALISTAS

A maneira Congregacional de igreja na Inglaterra provavelmente tenha seu nascimento em 1567,[1] num pequeno grupo de cerca de cem irmãos que insatisfeitos com tudo o que estava acontecendo dentro da igreja inglesa, começou a se reunir para adorar secretamente no “Salão Plumbers”, Londres. Eles eram chamados de “a Igreja de Privye”,[2] (ou Igreja Privada) transformando-se esta na primeira das muitas congregações separatistas de protesto na Inglaterra. O ajuntamento foi considerado ilegal pelas autoridades, e em 19 de Junho de 1567, e segundo o proeminente historiador Congregacional Williston Walker, os seus membros foram presos, açoitados em público ou mortos.[3] Este dia é considerado por muitos historiadores como o dia da origem moderna da maneira Congregacional de ser igreja.[4] A congregação do Salão Plumbers foi assim dispersa, mas foi logo reorganizada, e agora com mais clareza de sua finalidade. Os seus membros fizeram um pacto entre si para adoração a Deus de acordo com sua compreensão puritana. Mas, mais uma vez foram descobertos, diversos membros foram novamente presos, e outros junto com seu pastor Richard Fitz foram mortos. Mas, a chama não se apagou e a história da Igreja Congregacional é longa, rica, linda e inspiradora.
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NOTAS

[1] CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos (São Paulo: Vida Nova, 2006) p. 275.

[2] Conforme “The Reformation in England” em <http://www.ucc.org/about-us/short-course/the-reformation-in-england.html> Acesso em 08/07/07.

[3] História da Igreja Cristã, 2a ed. (São Paulo: JUERP/ ASTE, 1980), p. 547. Conforme também <http://www.usgennet.org/usa/topic/colonial/religion/history.html> Acesso 08/12/07.

[4] Conforme <http://chi.gospelcom.net/DAILYF/2002/06/daily-06-19-2002.shtml> Acesso em 08/12/07.

ACESSE TAMBÉM