Por Joelson Gomes
Trecho do livro inédito do autor: Livres para Adorar; esboço teológico e história ilustrada do movimento Congregacional, a ser publicado.
O episódio foi uma serie de acusações e
julgamentos e mortes contra pessoas acusadas de bruxaria e se deu na colônia de
Massachussetts, Nova Inglaterra, entre fevereiro de 1692 e maio de 1693. As
audiências se deram em vários locais, mas as mais famosas aconteceram em Salém.
O que aconteceu é que no
inverno de 1691-92 houve um grande interesse em livros de profecia e
adivinhação especialmente entre os jovens e adolescentes do lugar, e algumas
meninas começaram a apresentar um comportamento fora do comum.
Fenômenos estranhos começaram a acontecer: “Havia
surtos frequentes: moças rolavam gritando, caíam doentes sem causa aparente,
não conseguiam acordar pela manhã, animais morriam, árvores cheias de frutos
secavam.”
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| Cotton Mather |
O pivô de tudo foram algumas
moças. Elas acusavam
pessoas de feitiçaria, o caso era levado ao juiz que fazia o acusado e as moças
ficarem frente a frente. Elas tinham ataques, caiam, rolavam, e o acusado era
mandando para a prisão como supostamente usado pelo demônio. A partir daí seria
examinado.
Os sermões e escritos de
Cotton Mather, pastor da
igreja Congregacional de Boston, inflamaram o povo, e no final de 1692 cerca de
200 pessoas foram presas sob essas acusações e as evidências eram que essas
pessoas apresentavam alguma marca no corpo que consideravam do mal. Era crença
comum de que o demônio deixava marcas
no corpo das pessoas que usava, assim, um tumor, uma mancha, regiões que não
sangravam, um polegar deformado, era o suficiente para alguém cair em desgraça
perante a igreja. Alguns chegaram a confessar a prática de feitiçaria, e no
final ao todo 20 pessoas foram executadas (14 mulheres e 06 homens), e muitos
morreram na prisão. Muitos eram presos e acusavam outros, pois esse era um
passaporte para se salvarem da execução.
Mais tarde os tribunais
reconheceram que haviam cometidos vários excessos nos julgamentos e condenações,
e mandaram indenizar as famílias das vítimas.
Embora Mather não tenha
aprovado todos os julgamentos, ele ajudou a aumentar a onda de histeria com seu
livro Memorable Providences Relating to
Witchcraft and Possesion, (1689). Posteriormente, ele examinou em mais
detalhes a possessão demoníaca em sua obra Wonders
of the Invisible World, (1693), na qual defendeu os juízes que atuaram nos
julgamentos das bruxas realizados em Salém.
Um comentário:
Esse aí não dá orgulho aos congregacionais não, dizem que as "bruxas de Salem" na verdade estavam envenenadas por esporão do centeio, que causava loucura, alucinações, histeria... Tadinhas!
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