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segunda-feira, 28 de julho de 2014

A INCOMPARAVEL EXCELÊNCIA E SANTIDADE DE DEUS

Por Jeremiah Burroughs (1599-1646), teólogo Congregacional inglês

Deixe-me colocar esta pergunta para você: o que é essa excelência de Deus com que sua alma se envolve? Falamos muito da excelência de Deus e todos dizemos que amamos a Deus, nos deleitamos nEle e O bendizemos, mas, agora, o que é em Deus que atrai seu coração para Ele e faz com que sua alma O ame, O bendiga e se deleite nEle? O quê? Será que é porque Deus terá misericórdia de você, vai perdoar seus pecados, salvar sua alma e trazê-lo para o céu? Estas são coisas pelas quais devemos amar e bendizer a Deus, mas deve haver mais. É pela própria pessoa de Deus por quem nosso coração deve ser atraído e deve ser a pessoa de Deus em Sua excelência, e que é essa excelência? Sua santidade!

O esplendor da infinita santidade de Deus alguma vez já brilhou sobre seu coração e o atraiu para Ele? E seu coração alguma vez já saltou ao ver o brilho da santidade de Deus? É por isso que você O ama? Se sim, você O conhece corretamente e seu coração tem corretamente sido atraído para Ele. Davi diz, Salmos 119:140, Quão pura é a tua palavra, por isso teu servo a ama. Você pode dizer isso? “O Senhor, tu és puro, tu és santo e por isso seu servo Te ama! Sua Palavra é santa, seu culto é santo, seus servos são santos e seus sacramentos são santos, e por isso amam tudo isso. Se a beleza da santidade de Deus é aquilo que atrai seu coração em amor a Deus, então proporcionalmente, será a beleza da santidade em todas as coisas santas que atrairá seu coração para amar e se deleitar nessas coisas. Assim, você olhará para Seus santos como gloriosos em santidade, para Seu culto e Sua Palavra e sacramentos como gloriosos em santidades, e então seu coração será atraído para elas. Em Salmos 33:21, você vê como os santos de Deus regozijavam-se no Senhor e tinham seus corações envolvidos por Ele por causa de Sua santidade…assim nossos corações devem se regozijar nEle, porque temos confiado em Seu santo nome. Confiar no santo nome de Deus é aquilo que faz nossos corações se regozijar nEle.

Disso o povo de Deus deveria se confortar grandemente nEle, uma vez que eles tem que lhe dar com um Deus santo. Embora haja muita impureza no espírito do homem com quem eles conversam, nada há em Deus exceto santidade, sim, muita beleza e glória de santidade. Irmãos, é algo deleitoso, sim, uma rara e bendita coisa se encontrar com amigos que tem um coração puro e limpo, que não tem mistura, que é santo em seus fins e objetivos, que tem um espírito livre de engano. Que alegria há quando um amigo que tem um coração limpo e puro, livre de engano, pode se encontrar com outro tal como ele e pode concordar em cada ponto! Mas que deleite é, então, encontrar-se com Deus que é infinito em pureza e santidade, em quem não há mistura nenhuma! Deus se deleita em nós porque nós temos só algumas gotas de Sua santidade. Oh, quanto deveríamos nos regozijar nEle, então, que é infinito em santidade?

Por isso, é observável que a comunicação da santidade de Deus é expressa em uma maneira diferente do que Ele comunica qualquer outro atributo para nós. Quando Deus comunica Seu conhecimento para nós, nós não somos ensinados para partilhar da divina natureza por esse meio, nem por meio de Seu poder, mas quando Ele comunica Sua santidade, nos é dito para sermos participantes da natureza divina. A santidade dos santos é a mesma santidade de Deus, uma irradiação da dEle, por assim dizer. Então as Escrituras dizem em Hb. 12:10 “Ele nos disciplina para nosso bem, de maneira que possamos ser participantes de Sua santidade” (NVI). Marque isso, “Sua santidade.” Por isso, a santidade coloca uma glória maravilhosa e excelência em nós, pois nos capacita a trabalhar como Deus e viver como Deus, pois o que é a santidade de Deus, senão aquilo pelo qual Ele trabalha para Si mesmo como Seu objetivo final, sendo Ele adequado a sua própria excelência?

Assim os santos servem a Deus, na proporção que lhes cabe, como o objetivo final deles, adequados para a infinita excelência do próprio Deus. Eles vivem como Deus vive e trabalham como Deus trabalha, e assim são aptos para ter comunhão com Deus. A vida da planta a faz inapta para ter comunhão com as bestas, as bestas para com os homens, os homens para com a vida de Deus. Agora, a santidade é a mais alta vida de todos os seres, sendo a vida de Deus. Por isso, ela faz alguém apto para ter comunhão com Deus, pois em comunhão deve haver a mesma vida. Por isso, nenhuma criatura pode ter comunhão com Deus que não tenha a mesma vida que Deus tem, mas se você partilha da santidade, você vive a vida que Deus vive e por isso está apto para ter comunhão com o próprio Deus.

Além disso, a santidade coloca não somente uma glória sobre sua pessoa, mas sobre tudo que você tem e faz. Ela santifica tudo. Assim como o ouro é santificado pelo altar, as ações naturais e caminhos da providência comum de Deus são santificados pelo povo de Deus. A prova de que as pessoas não conhecem a Deus é quando elas saem de Seu serviço tão despercebidamente. A visão de Deus te colocaria em outro quadro. Se você conhecesse Deus em Sua santidade, você olharia para a obra de Deus como um grande serviço. Você serviria a um Deus santo. Como diz em 1 Sam 6:20 “Quem pode ficar de pé diante desse santo Deus? Se você concebesse Deus como sendo um Deus santo, seu coração seria golpeado com temor e pavor. Você diria “Quem pode ficar de pé diante desse Deus santo?” Salmos 89:7 diz “Na assembleia dos santos Deus é temível, mais do que todos os que o rodeiam.” Deus é deve ser reverenciado por todos os homens, mas se você se aproxima dEle, então deve trabalhar para santificar seu coração. Como podemos vir diante esplendor e beleza da santidade de Deus com impureza intencional em nosso coração? Jó 13:11 é um texto notável “Não deveria Sua excelência nos fazer temer?” Você tem ouvido que a santidade de Deus é sua excelência, então eu te digo que tendo que se relacionar com Deus, não deveria você temer sua excelência? Está ciente de sua impureza? Você vem para entrar na presença de um Deus santo e não teme nem treme diante dEle? Oh que ousado e atrevido coração você tem que pode entrar na presença de um santo Deus com um coração profano e sem tremer. Seria de admirável uso todas as vezes que nos relacionamos com Deus ter claras apreensões de Sua santidade.

Isso deveria nos humilhar e nos fazer envergonhados pela lembrança da impiedade que está em nossos corações. A visão da santidade de Deus fez Isaias clamar “Ai de mim que vou perecendo, porque sou um homem de lábios impuros e habito no meio dum povo de impuros lábios, pois meus olhos tem visto o Rei, o Senhor dos exércitos.” Certamente nada há no mundo capaz de humilhar nosso coração tanto quanto a santidade de Deus. Seu coração é corretamente humilhado pelo pecado quando você o vê como sendo oposta a natureza pura de Deus. Eu não estou somente perturbado pelo meu pecado porque estou com medo de ir para o inferno juntamente com ele, mas porque tenho tido uma visão da infinita santidade de Deus e a pureza de Sua natureza.

Por último, que necessidade nós todos temos de Cristo Jesus. Se Deus é glorioso em santidade, nós deveríamos dizer “quem pode ficar de pé diante de tão santo Deus!” Não fosse a santidade do bendito Mediador que fica de pé entre o Pai e nós e apresenta sua infinita satisfação ao Pai por nossos pecados e nos veste com sua justiça! Ai, ai de nós! Se você pudesse imaginar que todas as excelências dos céus e terra fosse postas numa criatura exceto santidade, se tal criatura tivesse somente uma gota de impureza e impiedade nela, Deus abominaria eternamente tal criatura. Não fosse um mediador entre esta criatura e Deus, Deus derramaria eternamente sua ira sobre ela, pois Deus é tão glorioso em santidade que infinitamente abomina imundícia. Por isso, embora você possa se regozijar na santidade herdada, deixe seu coração estar particularmente sobre a perfeita santidade de Cristo e a ofereça para Deus. Embora você tenha muita impureza em si mesmo e em seus deveres, deixe que isso o conforte. Você não tem que lhe dar com Deus por si mesmo, mas através de Cristo, e nEle você tem liberdade para vir. Você pode olhar a face de Deus com ousadia. Esse é um grande mistério revelado no Evangelho, não obstante a infinidade da santidade de Deus, há uma maneira para nós, criaturas poluídas, podermos ver esse Deus com alegria. Se você não é conhecido de Deus pelo meio da reconciliação, você vai perecer eternamente. Por isso, estude o mistério do evangelho. Faça uso de Cristo para que a glória da santidade de Deus não seja para seu terror, mas para seu conforto.

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* CONGREGACIONALISMO, O QUE É ISSO?

Congregacionalismo é a forma de governo de Igreja em a autoridade repousa sobre a independência e a autonomia de cada Igreja local. Este tem sido declarado como o sistema primitivo que representa a forma mais antiga de governo da Igreja. O Congregacionalismo moderno, no entanto, data a partir da Reforma Protestante.

Já em 1550, há indícios de homens e mulheres se reunindo para pregar a Palavra de Deus e administrar os sacramentos como separados da Igreja nacional da Inglaterra (Anglicana).

Quando ficou claro que a rainha Elizabeth I não tinha a intenção de uma reforma radical da Igreja inglesa, o número dessas comunidades separadas aumentou.

Robert Browne, o primeiro teórico do sistema, insistia em que estas «igrejas separadas", deviam ser independente do Estado e ter o direito de governarem-se a si próprias, estabelecendo assim as linhas essenciais do Congregacionalismo como o conhecemos hoje.

Desde o 1580 os Brownistas (como passaram a ser chamados estes dissidentes) aumentaram em número e os contornos do congregacionalismo tornaram-se mais claramente definidos; igrejas foram formadas em Norwich, Londres, Scrooby e Gainsborough.

O movimento foi impulsionado pela perseguição. Alguns destes separatistas migraram para a Holanda (1607) e depois (1620) para os Estados Unidos da América, onde o Congregacionalismo foi influente na formação tanto da religião quanto da política daquele país.

Na Inglaterra os Independentes (como também eram chamados) formaram a espinha dorsal do exército de Oliver Cromwell. Seus teólogos defenderam a sua posição congregacionalista na Assembléia de Westiminster e os seus princípios foram reafirmados na Declaração Savoy de Fé e Ordem, em 1658.

Mesmo sendo autônomas esta independência das igrejas Congregacionais não as coloca em completo isolamento. Elas reconheceram o vínculo de uma fé comum e de uma ordem e formaram Associações locais de apoio mútuo e estreitamento de relações.

A União Congregacional da Escócia foi formado em 1812; a da Inglaterra e País de Gales em 1832.

Estas uniões não tinham qualquer autoridade legislativa, mas serviram para aconselhar as igrejas e exprimir as suas idéias em comum.

Em 1972 a maior parte das Igrejas Congregacionais na Inglaterra e no País de Gales se uniu com a Igreja Presbiteriana da Inglaterra para formar a Igreja Reformada Unida. Muitas igrejas que não concordaram com esta união formam hoje a Federação Congregacional e a Comunhão de Igrejas Evangélicas Independentes.

Nos E.U.A. na maior parte das Igrejas Cristãs Congregacionais, em 1957 ingressou com a Igreja Evangélica Reformada em uma união para formar a Igreja Unida de Cristo. As igrejas que não concordaram com esta união formaram outras associações até hoje existentes, com destaque para a Associação Nacional de Igrejas Cristãs Congregacionais e para a Conferência Cristã Conservadora Congregacional.

Adpt. Joelson Gomes

The Concise Oxford Dictionary of the Christian Church 2000, originalmente publicado por Oxford University Press, 2000.

* OS PRIMEIROS CONGREGACIONALISTAS

A maneira Congregacional de igreja na Inglaterra provavelmente tenha seu nascimento em 1567,[1] num pequeno grupo de cerca de cem irmãos que insatisfeitos com tudo o que estava acontecendo dentro da igreja inglesa, começou a se reunir para adorar secretamente no “Salão Plumbers”, Londres. Eles eram chamados de “a Igreja de Privye”,[2] (ou Igreja Privada) transformando-se esta na primeira das muitas congregações separatistas de protesto na Inglaterra. O ajuntamento foi considerado ilegal pelas autoridades, e em 19 de Junho de 1567, e segundo o proeminente historiador Congregacional Williston Walker, os seus membros foram presos, açoitados em público ou mortos.[3] Este dia é considerado por muitos historiadores como o dia da origem moderna da maneira Congregacional de ser igreja.[4] A congregação do Salão Plumbers foi assim dispersa, mas foi logo reorganizada, e agora com mais clareza de sua finalidade. Os seus membros fizeram um pacto entre si para adoração a Deus de acordo com sua compreensão puritana. Mas, mais uma vez foram descobertos, diversos membros foram novamente presos, e outros junto com seu pastor Richard Fitz foram mortos. Mas, a chama não se apagou e a história da Igreja Congregacional é longa, rica, linda e inspiradora.
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NOTAS

[1] CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos (São Paulo: Vida Nova, 2006) p. 275.

[2] Conforme “The Reformation in England” em <http://www.ucc.org/about-us/short-course/the-reformation-in-england.html> Acesso em 08/07/07.

[3] História da Igreja Cristã, 2a ed. (São Paulo: JUERP/ ASTE, 1980), p. 547. Conforme também <http://www.usgennet.org/usa/topic/colonial/religion/history.html> Acesso 08/12/07.

[4] Conforme <http://chi.gospelcom.net/DAILYF/2002/06/daily-06-19-2002.shtml> Acesso em 08/12/07.

ACESSE TAMBÉM