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quinta-feira, 20 de junho de 2013

DOCUMENTÁRIO CONTA O INICIO DA HISTÓRIA DOS CONGREGACIONAIS AMERICANOS

Por Alwyn York
*Trad. e Adtp. Joelson Gomes  



A História Congregacional vem à luz

(Não são muitos os filmes de especial interesse para os congregacionais, mas quando um ator conhecido como Kirk Cameron faz um documentário que é basicamente uma aula de história sobre os Peregrinos (os primeiros congregacionais a chegarem a América do Norte), senti que valia a pena chamar a atenção da nossa Conferência para ele. Monumental não significa um filme perfeito, e alguns dos associados de Kirk Cameron têm bagagem política com a qual não estou completamente à vontade, mas as seções do filme que lidam com os Peregrinos foram bem feitas).



Quando um documentário amplamente distribuído declara que a cura para a doença na alma da América pode ser encontrada em Plymouth, Massachusetts, ele é obrigado a ser de interesse para os Congregacionais. Kirk Cameron é mais conhecido por seus anos como um galã adolescente na série de TV "Growing Pains", em 1980. Desde então, ele emergiu como um dos cristãos mais francos em Hollywood. Seu filme Monumental retrata sua busca pessoal para descobrir como os Estados Unidos tornou-se o país mais próspero e mais livre do mundo. Cerca de metade deste filme é, essencialmente, uma aula de história sobre os Peregrinos de Plymouth (Congregacionais).



O filme começa por lamentar a condição econômica, moral e espiritual atual do nosso país, e que ninguém parece ter uma solução para os nossos problemas. Cameron diz: "Se pudéssemos voltar a conversar com os homens e mulheres que construíram este país, talvez nos diriam o que estamos fazendo de errado e como corrigí-lo." Ele viaja para a Inglaterra para refazer os passos dos peregrinos e descobrir porque eles fizeram o que fizeram.



O Mayflower II



Na Inglaterra, vemos a All Saints’ Church em Babworth onde o grupo que se tornaria a congregação dos Pilgrims (congregacionais separatistas ingleses) foi organizada pela primeira vez, e  Manor House, Scrooby, onde eles se encontravam em segredo. O Guia de Cameron na Inglaterra é Sue Allan, uma autora inglesa, que publicou recentemente Mayflower Maid (imagem ao lado), um romance histórico sobre os peregrinos. Ela explica que os separatistas eram puritanos, e relata a perseguição que sofreram sob a rainha Elizabeth I e o rei James. Ela nos leva para as praias lamacentas onde eles tentaram embarcar em um navio para fugir para a Holanda, e as celas onde os homens foram presos depois de serem traídos pelo capitão do navio. Ela relata de forma comovente como os homens foram obrigados a deixar as mulheres e crianças para trás em sua segunda tentativa, e como o seu navio foi pego em uma terrível tempestade que destruiu muitas embarcações, mas a deles sobreviveu através da providência de Deus. Ela observa sua grande persistência e a recusa a se desencorajar, que foi fundamentada sobre sua fé em Deus.



Cameron, em seguida, viaja para a Holanda, onde ele é acompanhado pelo Dr. Marshall Foster, do Instituto Histórico Mundial. Vemos cenas em Leiden, onde os peregrinos permaneceram por 12 anos. Foster fala sobre as dificuldades que enfrentam na Holanda e as considerações que os levaram a decidir se mudar para o Novo Mundo.




No Novo Mundo





Monumento Nacional aos Antepassados em Plymouth,
A cena então muda para Plymouth, Massachusetts (EUA), onde vemos o Mayflower II, a reprodução moderna do navio que transportou os peregrinos através do Atlântico. Dr. Foster descreve vividamente as condições no Mayflower. Foster passa a relatar as dificuldades enfrentadas pelos peregrinos durante seu primeiro inverno. Ele observa como nenhum deles optou por voltar para a Inglaterra, quando o capitão do Mayflower deu-lhes a oportunidade de fazê-lo, e apesar de quase metade do seu grupo haver morrido. Próxima entrevista de Cameron é com o Dr. Paul Jehle da Fundação Plymouth Rock, que fala sobre a escrita e a importância do Mayflower Compact (pacto assinado a bordo do Mayflower e o protótipo da constituição americana). Quanto mais a história dos peregrinos é contada também vemos o museu Pilgrim Hall, cenas da aldeia dos Peregrinos recriada em Plimouth Plantation e o marco do governador William Bradford. O filme também apresenta uma extensa análise do simbolismo do Monumento Nacional aos Antepassados em Plymouth, que foi inaugurada em 1889.



As partes posteriores do filme mudam o foco da Pilgrims para a fé dos autores da Declaração de Independência, a Constituição dos EUA e os fundadores de Harvard. O especialista que Cameron consulta para dar informações sobre a fé dos Pais Fundadores é David Barton. (A confiabilidade dos estudos de Barton foi recentemente questionado por outros historiadores cristãos, por isso as suas declarações não são necessariamente a palavra final sobre o assunto.) Na última parte do filme, vários líderes em Washington dão sua opinião sobre a forma como o legado espiritual dos Peregrinos e  Pais Fundadores pode ser recuperado.





Eu acredito que este filme é um recurso valioso, especialmente as seções sobre os Peregrinos, embora eu não endosse necessariamente todos os pontos de vista dos entrevistados, ou aqueles listados como apoio organizacional para o filme. É muito eficaz em nos lembrar de como a liberdade religiosa era preciosa para os nossos antepassados Peregrinos  e o preço que eles estavam dispostos a pagar para por ela. Foi inspirador para lembrar da fé que os sustentava como eles navegaram para um novo continente e começaram uma nova colônia. Apreciei o lembrete de como a fé era a base para o caráter pessoal que é essencial para uma sociedade democrática funcionar corretamente. Assistir Monumental nos lembra que os Peregrinos de Plymouth permanecem figuras inspiradoras para os americanos em geral, e não apenas Congregacionais. Eu certamente concordo com Kirk Cameron que eles têm lições valiosas para ensinar a todos nós.


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Abaixo o  Documentário completo com legendas em espanhol



Um comentário:

Unknown disse...

É MUITO INTERESSANTE INFORMAR AOS AMADOS IRMÃOS DE OUTRAS DENOMINAÇÕES, QUAL FOI A PRIMEIRA IGREJA A SER INSTALADA NO BRASIL NA LÍNGUA PORTUGUESA, POIS MUITAS DELAS ACHAM QUE O EVANGELHO NO BRASIL FOI TRAZIDO POR OUTROS IRMÃO VIAJANTES ESTRANGEIROS. NA VERDADE ISSO NÃO É MÉRITO PARA NINGUÉM, MAIS É A VERDADEIRA HISTÓRIA, E HISTÓRIA NÃO PODE SER ALTERADA.

* CONGREGACIONALISMO, O QUE É ISSO?

Congregacionalismo é a forma de governo de Igreja em a autoridade repousa sobre a independência e a autonomia de cada Igreja local. Este tem sido declarado como o sistema primitivo que representa a forma mais antiga de governo da Igreja. O Congregacionalismo moderno, no entanto, data a partir da Reforma Protestante.

Já em 1550, há indícios de homens e mulheres se reunindo para pregar a Palavra de Deus e administrar os sacramentos como separados da Igreja nacional da Inglaterra (Anglicana).

Quando ficou claro que a rainha Elizabeth I não tinha a intenção de uma reforma radical da Igreja inglesa, o número dessas comunidades separadas aumentou.

Robert Browne, o primeiro teórico do sistema, insistia em que estas «igrejas separadas", deviam ser independente do Estado e ter o direito de governarem-se a si próprias, estabelecendo assim as linhas essenciais do Congregacionalismo como o conhecemos hoje.

Desde o 1580 os Brownistas (como passaram a ser chamados estes dissidentes) aumentaram em número e os contornos do congregacionalismo tornaram-se mais claramente definidos; igrejas foram formadas em Norwich, Londres, Scrooby e Gainsborough.

O movimento foi impulsionado pela perseguição. Alguns destes separatistas migraram para a Holanda (1607) e depois (1620) para os Estados Unidos da América, onde o Congregacionalismo foi influente na formação tanto da religião quanto da política daquele país.

Na Inglaterra os Independentes (como também eram chamados) formaram a espinha dorsal do exército de Oliver Cromwell. Seus teólogos defenderam a sua posição congregacionalista na Assembléia de Westiminster e os seus princípios foram reafirmados na Declaração Savoy de Fé e Ordem, em 1658.

Mesmo sendo autônomas esta independência das igrejas Congregacionais não as coloca em completo isolamento. Elas reconheceram o vínculo de uma fé comum e de uma ordem e formaram Associações locais de apoio mútuo e estreitamento de relações.

A União Congregacional da Escócia foi formado em 1812; a da Inglaterra e País de Gales em 1832.

Estas uniões não tinham qualquer autoridade legislativa, mas serviram para aconselhar as igrejas e exprimir as suas idéias em comum.

Em 1972 a maior parte das Igrejas Congregacionais na Inglaterra e no País de Gales se uniu com a Igreja Presbiteriana da Inglaterra para formar a Igreja Reformada Unida. Muitas igrejas que não concordaram com esta união formam hoje a Federação Congregacional e a Comunhão de Igrejas Evangélicas Independentes.

Nos E.U.A. na maior parte das Igrejas Cristãs Congregacionais, em 1957 ingressou com a Igreja Evangélica Reformada em uma união para formar a Igreja Unida de Cristo. As igrejas que não concordaram com esta união formaram outras associações até hoje existentes, com destaque para a Associação Nacional de Igrejas Cristãs Congregacionais e para a Conferência Cristã Conservadora Congregacional.

Adpt. Joelson Gomes

The Concise Oxford Dictionary of the Christian Church 2000, originalmente publicado por Oxford University Press, 2000.

* OS PRIMEIROS CONGREGACIONALISTAS

A maneira Congregacional de igreja na Inglaterra provavelmente tenha seu nascimento em 1567,[1] num pequeno grupo de cerca de cem irmãos que insatisfeitos com tudo o que estava acontecendo dentro da igreja inglesa, começou a se reunir para adorar secretamente no “Salão Plumbers”, Londres. Eles eram chamados de “a Igreja de Privye”,[2] (ou Igreja Privada) transformando-se esta na primeira das muitas congregações separatistas de protesto na Inglaterra. O ajuntamento foi considerado ilegal pelas autoridades, e em 19 de Junho de 1567, e segundo o proeminente historiador Congregacional Williston Walker, os seus membros foram presos, açoitados em público ou mortos.[3] Este dia é considerado por muitos historiadores como o dia da origem moderna da maneira Congregacional de ser igreja.[4] A congregação do Salão Plumbers foi assim dispersa, mas foi logo reorganizada, e agora com mais clareza de sua finalidade. Os seus membros fizeram um pacto entre si para adoração a Deus de acordo com sua compreensão puritana. Mas, mais uma vez foram descobertos, diversos membros foram novamente presos, e outros junto com seu pastor Richard Fitz foram mortos. Mas, a chama não se apagou e a história da Igreja Congregacional é longa, rica, linda e inspiradora.
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NOTAS

[1] CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos (São Paulo: Vida Nova, 2006) p. 275.

[2] Conforme “The Reformation in England” em <http://www.ucc.org/about-us/short-course/the-reformation-in-england.html> Acesso em 08/07/07.

[3] História da Igreja Cristã, 2a ed. (São Paulo: JUERP/ ASTE, 1980), p. 547. Conforme também <http://www.usgennet.org/usa/topic/colonial/religion/history.html> Acesso 08/12/07.

[4] Conforme <http://chi.gospelcom.net/DAILYF/2002/06/daily-06-19-2002.shtml> Acesso em 08/12/07.

ACESSE TAMBÉM