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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

DEUS E A TRINDADE

John Owen (Teólogo Congregacional)

CAPITULO II

DE DEUS E DA SANTÍSSIMA TRINDADE

I. - Há somente um Deus, vivo e verdadeiro, o qual é infinito em seu ser e perfeição, um espírito puríssimo, invisível, sem corpo, partes ou paixões, imutável, imenso, eterno, incompreensível, onipotente, sapientíssimo, santíssimo, totalmente livre, totalmente absoluto, operando todas as coisas segundo o conselho de sua própria imutável e justíssima vontade, para sua própria glória; amantíssimo, gracioso, misericordioso, longânimo, riquíssimo em bondade e verdade, perdoando a iniquidade, a transgressão e o pecado; galardoador daqueles que o buscam diligentemente; e no entanto justíssimo e mui terrível em seus juízos, pois odeia todo pecado, e de modo algum inocenta o culpado.

II. - Deus possui, em si mesmo e de si mesmo, toda a vida, glória, bondade e bem-aventurança; e é o único todo-suficiente em si e para si, não tendo necessidade alguma das criaturas que ele mesmo criou, não derivando delas glória alguma, mas apenas manifestando sua própria glória nelas, por meio delas, para elas e sobre elas. Ele é a única fonte de toda a existência, de quem, por meio de quem e para quem são todas as coisas; e sobre elas exerce ele pleno e soberano domínio, para fazer por meio delas, para elas e sobre elas tudo quanto lhe apraz. Todas as coisas estão patentes e manifestas diante dele; seu conhecimento é infinito, infalível e independente da criatura, de modo que, para ele, nada é contingente ou incerto. Ele é santíssimo em todos os seus conselhos, em todas as suas obras e em todos os seus mandamentos. A ele devem os anjos e os homens, bem como toda e qualquer criatura, todo culto, serviço ou obediência que, como criaturas, devem ao Criador, bem como todo o mais que lhe aprouve requerer deles.

III. - Na unidade da Deidade há três pessoas, de uma só substância, poder e eternidade: Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo. O Pai não é de ninguém, sendo nem gerado ou procedente; o Filho é eternamente gerado do Pai; o Espírito Santo é eternamente procedente do Pai e do Filho. Esta doutrina da Trindade é o fundamento de toda nossa comunhão com Deus, e de todo nosso conforto na dependência dele.


(Declaração de Savoy)

2 comentários:

Rafaela, Rebeca e Charlys disse...

Muito bom mesmo, a pouco tempo ganhei uma confissão de fé de Savoy e estou lendo-a pouco a pouco e olha, é profunda em todas as suas questões. as uma vez parabéns e não demore tanto pra postar outras publicações, todo dia eu entrava pra ver se tinha algo novo, gostaria que tivessem mais publicações, embora compreenda a questão de tempo que é muito apertado.

JOELSON GOMES disse...

Rafaela, Rebeca e Charlys, agradeço pela visita. Em breve a Aliança Congregacional estará publicando uma nova edição da Declaração de Savoy em um novo projeto gráfico com introdução histórica e notas, aguarde. Sobre as publicações como est espaço é de história e Teologia Congregacional, são escassos materiais para publicação. Muita coisa que você vê aqui são traduções do inglês, mas na medida do possivel vamos atualizando. Deus abençoe e volte sempre. Divulgue este espaço entre seus conhecidos, quem sabe algo aqui interesse aos mesmos.

* CONGREGACIONALISMO, O QUE É ISSO?

Congregacionalismo é a forma de governo de Igreja em a autoridade repousa sobre a independência e a autonomia de cada Igreja local. Este tem sido declarado como o sistema primitivo que representa a forma mais antiga de governo da Igreja. O Congregacionalismo moderno, no entanto, data a partir da Reforma Protestante.

Já em 1550, há indícios de homens e mulheres se reunindo para pregar a Palavra de Deus e administrar os sacramentos como separados da Igreja nacional da Inglaterra (Anglicana).

Quando ficou claro que a rainha Elizabeth I não tinha a intenção de uma reforma radical da Igreja inglesa, o número dessas comunidades separadas aumentou.

Robert Browne, o primeiro teórico do sistema, insistia em que estas «igrejas separadas", deviam ser independente do Estado e ter o direito de governarem-se a si próprias, estabelecendo assim as linhas essenciais do Congregacionalismo como o conhecemos hoje.

Desde o 1580 os Brownistas (como passaram a ser chamados estes dissidentes) aumentaram em número e os contornos do congregacionalismo tornaram-se mais claramente definidos; igrejas foram formadas em Norwich, Londres, Scrooby e Gainsborough.

O movimento foi impulsionado pela perseguição. Alguns destes separatistas migraram para a Holanda (1607) e depois (1620) para os Estados Unidos da América, onde o Congregacionalismo foi influente na formação tanto da religião quanto da política daquele país.

Na Inglaterra os Independentes (como também eram chamados) formaram a espinha dorsal do exército de Oliver Cromwell. Seus teólogos defenderam a sua posição congregacionalista na Assembléia de Westiminster e os seus princípios foram reafirmados na Declaração Savoy de Fé e Ordem, em 1658.

Mesmo sendo autônomas esta independência das igrejas Congregacionais não as coloca em completo isolamento. Elas reconheceram o vínculo de uma fé comum e de uma ordem e formaram Associações locais de apoio mútuo e estreitamento de relações.

A União Congregacional da Escócia foi formado em 1812; a da Inglaterra e País de Gales em 1832.

Estas uniões não tinham qualquer autoridade legislativa, mas serviram para aconselhar as igrejas e exprimir as suas idéias em comum.

Em 1972 a maior parte das Igrejas Congregacionais na Inglaterra e no País de Gales se uniu com a Igreja Presbiteriana da Inglaterra para formar a Igreja Reformada Unida. Muitas igrejas que não concordaram com esta união formam hoje a Federação Congregacional e a Comunhão de Igrejas Evangélicas Independentes.

Nos E.U.A. na maior parte das Igrejas Cristãs Congregacionais, em 1957 ingressou com a Igreja Evangélica Reformada em uma união para formar a Igreja Unida de Cristo. As igrejas que não concordaram com esta união formaram outras associações até hoje existentes, com destaque para a Associação Nacional de Igrejas Cristãs Congregacionais e para a Conferência Cristã Conservadora Congregacional.

Adpt. Joelson Gomes

The Concise Oxford Dictionary of the Christian Church 2000, originalmente publicado por Oxford University Press, 2000.

* OS PRIMEIROS CONGREGACIONALISTAS

A maneira Congregacional de igreja na Inglaterra provavelmente tenha seu nascimento em 1567,[1] num pequeno grupo de cerca de cem irmãos que insatisfeitos com tudo o que estava acontecendo dentro da igreja inglesa, começou a se reunir para adorar secretamente no “Salão Plumbers”, Londres. Eles eram chamados de “a Igreja de Privye”,[2] (ou Igreja Privada) transformando-se esta na primeira das muitas congregações separatistas de protesto na Inglaterra. O ajuntamento foi considerado ilegal pelas autoridades, e em 19 de Junho de 1567, e segundo o proeminente historiador Congregacional Williston Walker, os seus membros foram presos, açoitados em público ou mortos.[3] Este dia é considerado por muitos historiadores como o dia da origem moderna da maneira Congregacional de ser igreja.[4] A congregação do Salão Plumbers foi assim dispersa, mas foi logo reorganizada, e agora com mais clareza de sua finalidade. Os seus membros fizeram um pacto entre si para adoração a Deus de acordo com sua compreensão puritana. Mas, mais uma vez foram descobertos, diversos membros foram novamente presos, e outros junto com seu pastor Richard Fitz foram mortos. Mas, a chama não se apagou e a história da Igreja Congregacional é longa, rica, linda e inspiradora.
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NOTAS

[1] CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos (São Paulo: Vida Nova, 2006) p. 275.

[2] Conforme “The Reformation in England” em <http://www.ucc.org/about-us/short-course/the-reformation-in-england.html> Acesso em 08/07/07.

[3] História da Igreja Cristã, 2a ed. (São Paulo: JUERP/ ASTE, 1980), p. 547. Conforme também <http://www.usgennet.org/usa/topic/colonial/religion/history.html> Acesso 08/12/07.

[4] Conforme <http://chi.gospelcom.net/DAILYF/2002/06/daily-06-19-2002.shtml> Acesso em 08/12/07.

ACESSE TAMBÉM