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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

* OS CONGREGACIONAIS E O "DIA DE AÇÃO E GRAÇAS"

Entre os feriados americanos de maior destaque está o "Dia de Ação de Graças". E os Pais Peregrinos, separatistas congregacionalistas, que estão na origem dos Congegacionais americanos, estão diretamente ligados ao mesmo.
Os primeiros separatistas congregacionais, vindos da Holanda e da Inglaterra no famoso navio Myflower, se fixaram em Plymouth Rock em 11 de Dezembro de 1620. Seu primeiro inverno foi devastador. No início do outono seguinte, tinham perdido 46 pessoas das 102 que ali chegaram. Mas a colheita de 1621 foi magnífica. E os restantes colonos decidiram celebrar com uma festa - incluindo os 91 índios que os tinham ajudado a sobreviver neste primeiro ano. A festa foi um festival de "agradecimento" e durou três dias.



Esta festa de "ação de graças" não foi repetida no ano seguinte. Mas, em 1623, durante uma grave seca, os peregrinos se reuniram em oração, pedindo por chuvas. Quando uma longa e constante chuva chegou logo no dia seguinte, o governador William Bradford proclamou ali um dia de Ação de Graças, novamente convidando seus amigos índios para a celebração
Foi preciso esperar até junho de 1676 para que outro Dia de Ação de Graças fosse proclamado. Em 20 de junho de 1676, o Conselho de Governadores de Charlestown, Massachusetts, teve uma reunião para determinar a melhor forma de expressar os agradecimentos pela boa fortuna já que tinham visto sua comunidade solidamente estabelecida. Por votação unânime ficou estabelecido proclamar 29 de Junho como um Dia de Ação de Graças.


Outubro de 1777 marcou a primeira vez que todas as 13 colônias americanas se uniram para celebrar esta festa.
George Washington proclamou um Dia Nacional de Ação de Graças em 1789, embora alguns se opusessem a ele. Houve discordância entre as colônias, sentindo que muitas das dificuldades de alguns irmãos peregrinos não justificava um feriado nacional.
Foi Sarah Josepha Hale, uma editora de revista, cujos esforços acabaram por levar ao que nós hoje reconhecemos como o Dia de Ação de Graças. Hale escreveu muitos editoriais para defender sua causa no Boston Ladies' Magazine e mais tarde, em Godey's Lady's Book. Finalmente, após uma campanha de 40 anos escrevendo editoriais e cartas aos governadores e presidentes, a obsessão Hale tornou-se realidade quando, em 1863, o Presidente Lincoln proclamou a última quinta-feira de Novembro como um dia nacional de Ação de Graças. A data foi mudada algumas vezes, mais recentemente por Franklin Roosevelt. E em 1941, o Dia de Ação de Graças foi finalmente sancionado pelo Congresso como um feriado, como a quarta quinta-feira de Novembro.

Este é mais um marco histórico na vida do povo Congregacional.
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* CONGREGACIONALISMO, O QUE É ISSO?

Congregacionalismo é a forma de governo de Igreja em a autoridade repousa sobre a independência e a autonomia de cada Igreja local. Este tem sido declarado como o sistema primitivo que representa a forma mais antiga de governo da Igreja. O Congregacionalismo moderno, no entanto, data a partir da Reforma Protestante.

Já em 1550, há indícios de homens e mulheres se reunindo para pregar a Palavra de Deus e administrar os sacramentos como separados da Igreja nacional da Inglaterra (Anglicana).

Quando ficou claro que a rainha Elizabeth I não tinha a intenção de uma reforma radical da Igreja inglesa, o número dessas comunidades separadas aumentou.

Robert Browne, o primeiro teórico do sistema, insistia em que estas «igrejas separadas", deviam ser independente do Estado e ter o direito de governarem-se a si próprias, estabelecendo assim as linhas essenciais do Congregacionalismo como o conhecemos hoje.

Desde o 1580 os Brownistas (como passaram a ser chamados estes dissidentes) aumentaram em número e os contornos do congregacionalismo tornaram-se mais claramente definidos; igrejas foram formadas em Norwich, Londres, Scrooby e Gainsborough.

O movimento foi impulsionado pela perseguição. Alguns destes separatistas migraram para a Holanda (1607) e depois (1620) para os Estados Unidos da América, onde o Congregacionalismo foi influente na formação tanto da religião quanto da política daquele país.

Na Inglaterra os Independentes (como também eram chamados) formaram a espinha dorsal do exército de Oliver Cromwell. Seus teólogos defenderam a sua posição congregacionalista na Assembléia de Westiminster e os seus princípios foram reafirmados na Declaração Savoy de Fé e Ordem, em 1658.

Mesmo sendo autônomas esta independência das igrejas Congregacionais não as coloca em completo isolamento. Elas reconheceram o vínculo de uma fé comum e de uma ordem e formaram Associações locais de apoio mútuo e estreitamento de relações.

A União Congregacional da Escócia foi formado em 1812; a da Inglaterra e País de Gales em 1832.

Estas uniões não tinham qualquer autoridade legislativa, mas serviram para aconselhar as igrejas e exprimir as suas idéias em comum.

Em 1972 a maior parte das Igrejas Congregacionais na Inglaterra e no País de Gales se uniu com a Igreja Presbiteriana da Inglaterra para formar a Igreja Reformada Unida. Muitas igrejas que não concordaram com esta união formam hoje a Federação Congregacional e a Comunhão de Igrejas Evangélicas Independentes.

Nos E.U.A. na maior parte das Igrejas Cristãs Congregacionais, em 1957 ingressou com a Igreja Evangélica Reformada em uma união para formar a Igreja Unida de Cristo. As igrejas que não concordaram com esta união formaram outras associações até hoje existentes, com destaque para a Associação Nacional de Igrejas Cristãs Congregacionais e para a Conferência Cristã Conservadora Congregacional.

Adpt. Joelson Gomes

The Concise Oxford Dictionary of the Christian Church 2000, originalmente publicado por Oxford University Press, 2000.

* OS PRIMEIROS CONGREGACIONALISTAS

A maneira Congregacional de igreja na Inglaterra provavelmente tenha seu nascimento em 1567,[1] num pequeno grupo de cerca de cem irmãos que insatisfeitos com tudo o que estava acontecendo dentro da igreja inglesa, começou a se reunir para adorar secretamente no “Salão Plumbers”, Londres. Eles eram chamados de “a Igreja de Privye”,[2] (ou Igreja Privada) transformando-se esta na primeira das muitas congregações separatistas de protesto na Inglaterra. O ajuntamento foi considerado ilegal pelas autoridades, e em 19 de Junho de 1567, e segundo o proeminente historiador Congregacional Williston Walker, os seus membros foram presos, açoitados em público ou mortos.[3] Este dia é considerado por muitos historiadores como o dia da origem moderna da maneira Congregacional de ser igreja.[4] A congregação do Salão Plumbers foi assim dispersa, mas foi logo reorganizada, e agora com mais clareza de sua finalidade. Os seus membros fizeram um pacto entre si para adoração a Deus de acordo com sua compreensão puritana. Mas, mais uma vez foram descobertos, diversos membros foram novamente presos, e outros junto com seu pastor Richard Fitz foram mortos. Mas, a chama não se apagou e a história da Igreja Congregacional é longa, rica, linda e inspiradora.
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NOTAS

[1] CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos (São Paulo: Vida Nova, 2006) p. 275.

[2] Conforme “The Reformation in England” em <http://www.ucc.org/about-us/short-course/the-reformation-in-england.html> Acesso em 08/07/07.

[3] História da Igreja Cristã, 2a ed. (São Paulo: JUERP/ ASTE, 1980), p. 547. Conforme também <http://www.usgennet.org/usa/topic/colonial/religion/history.html> Acesso 08/12/07.

[4] Conforme <http://chi.gospelcom.net/DAILYF/2002/06/daily-06-19-2002.shtml> Acesso em 08/12/07.

ACESSE TAMBÉM