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terça-feira, 30 de setembro de 2008

* JOHN ROBINSON O PASTOR DOS SEPARATISTAS


John Robinson (1575?-1625), é as vezes considerado o mais proeminente e influente líder do separatismo inglês.Robinson nasceu em Sturton-Le-Steeple, Nottinghamshire e foi graduado em Cambridge em 1595. Converteu-se ao separatismo ouvindo sermões em Cambridge pregado por professores puritanos como Lawrence Chaderton e Paul Baynes.[1]

Foi ordenado na Igreja Anglicana e começou seu ministério na Igreja de St. Andrew, em Norwich. Ali, Robinson casou-se com Bridget White em 14 de Fevereiro de 1603. Ela era cunhada de John Carver, homem que foi o primeiro governador da colônia de Plymouth que foi fundada tempos depois quando os separatistas viajaram para a América do Norte.

Em 1605 ele foi suspenso pelo bispo por não se adequar aos moldes da Igreja Anglicana e em 1606 foi para a congregação separatista de Brewster que se reunia em Scrooby.Devido a grande perseguição, na virada de 1607 os membros desta congregação, da qual Robinson já era pastor [2], planejaram viajar para a Holanda que era um país livre e reformado, pois lá poderiam encontrar liberdade para louvar a Deus a sua maneira. Mas, o capitão do navio no qual viajariam os delatou as autoridades. Os irmãos perderam o dinheiro que haviam arrecadado com a venda de suas posses e alguns, incluindo William Bradford e Brewster, foram presos por certo tempo.[3] Mas, em 1608 eles finalmente conseguiram concretizar a viagem.Chegaram a Amsterdã e estabeleceram-se depois em Leyden.

Tiveram muita dificuldade em arranjar empregos por não serem cidadãos holandeses, mas mesmo assim terminaram ficando por um bom tempo.Teologicamente a congregação afirmou o seu acordo com as doutrinas calvinistas da Confissão Belga,[4] eles divergiam da Igreja Reformada apenas sobre o governo da igreja, para eles as igrejas locais deveriam ser independentes.[5]Posteriormente ele instituiu uma impressora e publicou várias obras teológicas com a intenção de espalhar as idéias separatistas, obras que foram muito lidas também na Inglaterra. Um dos primeiros textos impressos foi um livro de William Ames, homem que era uma grande fonte da irritação para o Rei Tiago da Inglaterra.Em 1619 o Governo Inglês queixou-se disso e pediu que Brewster fosse entregue para julgamento. Os holandeses ansiosos para reforçar sua aliança com os ingleses contra a Espanha, prontamente tentaram deter Brewster. Ele, no entanto, escapou curiosamente para Londres.[6]

Em 1615 Robinson começou estudar Teologia na Universidade de Leyden. A congregação que dirigia estava crescendo e já contava com cerca de 300 pessoas.O professor Johannes Polyander (o sucessor de Franciscus Gomarus)[7] e John Robinson foram convidados para debater com o Professor Simon Episcopius, o principal defensor das idéias de Jacobus Arminius sobre graça e livre arbítrio. Arminius havia sido professor na Universidade de Leyden até sua morte. Este homem começou como um calvinista convicto, mas terminou ensinando que o ser humano poderia obter a salvação por seu livre-arbítrio, doutrina esta que era contra as convicções de Calvino que ensinava que a salvação era uma questão de predestinação, na escolha de Deus.[8] Robinson, era calvinista em seu pensamento teológico,[9] e prontamente defendeu os argumentos Gomaristas da soberania de Deus contra o livre-arbitrio em três palestras que proferiu na Universidade, pelas quais conseguiu muito respeito.

Robinson, além de ser calvinista convicto também era um pouco avançado para sua época, ele considerava que as mulheres também deviam ser autorizadas a ter voz contra injustiças que fossem percebidas ou impropriedades da doutrina na igreja, e isto em um tempo em que elas eram muito reprimidas.[10]

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NOTAS


[1] Conforme COLLINS, Ron. “A Brief History of the Pilgrims” em Acesso em 20/08/07.


[2] BRONW, Hugh Stowell. The Pilgrim Fathers: A Lecture – Delivered October, 25 & 27, 1858 (Mancherster: Thomas Agnew and Sons), p. 14. Conforme HUBER, Robert F. “Pastor Robinson Gave The Pilgrims Some Sound Advice” em [3] Conforme <http://www.usgennet.org/usa/topic/colonial/religion/history.html> Acesso em 08/12/07


[4] É chamada de Confissão de Fé dos Países Baixos, foi preparada por Guido de Brés em 1561. Para um pequeno histórico veja: Creemos y Confessamos- Confesión de fé de los Países Bajos, 3ª ed. (Rijswijk: FELIRE, 1987), pp. 5-25.






[7] Gromarus foi um professor de teologia holandês ferrenho defensor das doutrinas calvinistas.


[8] Para o ensino de Jocobus Arminius veja: SPROUL, R. C. Sola Gratia (São Paulo: Cultura Cristã, 2001), pp.


[9] GEORGE, Timothy. Teologia dos Reformadores (São Paulo: Vida Nova, 1993), p. 247.


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* CONGREGACIONALISMO, O QUE É ISSO?

Congregacionalismo é a forma de governo de Igreja em a autoridade repousa sobre a independência e a autonomia de cada Igreja local. Este tem sido declarado como o sistema primitivo que representa a forma mais antiga de governo da Igreja. O Congregacionalismo moderno, no entanto, data a partir da Reforma Protestante.

Já em 1550, há indícios de homens e mulheres se reunindo para pregar a Palavra de Deus e administrar os sacramentos como separados da Igreja nacional da Inglaterra (Anglicana).

Quando ficou claro que a rainha Elizabeth I não tinha a intenção de uma reforma radical da Igreja inglesa, o número dessas comunidades separadas aumentou.

Robert Browne, o primeiro teórico do sistema, insistia em que estas «igrejas separadas", deviam ser independente do Estado e ter o direito de governarem-se a si próprias, estabelecendo assim as linhas essenciais do Congregacionalismo como o conhecemos hoje.

Desde o 1580 os Brownistas (como passaram a ser chamados estes dissidentes) aumentaram em número e os contornos do congregacionalismo tornaram-se mais claramente definidos; igrejas foram formadas em Norwich, Londres, Scrooby e Gainsborough.

O movimento foi impulsionado pela perseguição. Alguns destes separatistas migraram para a Holanda (1607) e depois (1620) para os Estados Unidos da América, onde o Congregacionalismo foi influente na formação tanto da religião quanto da política daquele país.

Na Inglaterra os Independentes (como também eram chamados) formaram a espinha dorsal do exército de Oliver Cromwell. Seus teólogos defenderam a sua posição congregacionalista na Assembléia de Westiminster e os seus princípios foram reafirmados na Declaração Savoy de Fé e Ordem, em 1658.

Mesmo sendo autônomas esta independência das igrejas Congregacionais não as coloca em completo isolamento. Elas reconheceram o vínculo de uma fé comum e de uma ordem e formaram Associações locais de apoio mútuo e estreitamento de relações.

A União Congregacional da Escócia foi formado em 1812; a da Inglaterra e País de Gales em 1832.

Estas uniões não tinham qualquer autoridade legislativa, mas serviram para aconselhar as igrejas e exprimir as suas idéias em comum.

Em 1972 a maior parte das Igrejas Congregacionais na Inglaterra e no País de Gales se uniu com a Igreja Presbiteriana da Inglaterra para formar a Igreja Reformada Unida. Muitas igrejas que não concordaram com esta união formam hoje a Federação Congregacional e a Comunhão de Igrejas Evangélicas Independentes.

Nos E.U.A. na maior parte das Igrejas Cristãs Congregacionais, em 1957 ingressou com a Igreja Evangélica Reformada em uma união para formar a Igreja Unida de Cristo. As igrejas que não concordaram com esta união formaram outras associações até hoje existentes, com destaque para a Associação Nacional de Igrejas Cristãs Congregacionais e para a Conferência Cristã Conservadora Congregacional.

Adpt. Joelson Gomes

The Concise Oxford Dictionary of the Christian Church 2000, originalmente publicado por Oxford University Press, 2000.

* OS PRIMEIROS CONGREGACIONALISTAS

A maneira Congregacional de igreja na Inglaterra provavelmente tenha seu nascimento em 1567,[1] num pequeno grupo de cerca de cem irmãos que insatisfeitos com tudo o que estava acontecendo dentro da igreja inglesa, começou a se reunir para adorar secretamente no “Salão Plumbers”, Londres. Eles eram chamados de “a Igreja de Privye”,[2] (ou Igreja Privada) transformando-se esta na primeira das muitas congregações separatistas de protesto na Inglaterra. O ajuntamento foi considerado ilegal pelas autoridades, e em 19 de Junho de 1567, e segundo o proeminente historiador Congregacional Williston Walker, os seus membros foram presos, açoitados em público ou mortos.[3] Este dia é considerado por muitos historiadores como o dia da origem moderna da maneira Congregacional de ser igreja.[4] A congregação do Salão Plumbers foi assim dispersa, mas foi logo reorganizada, e agora com mais clareza de sua finalidade. Os seus membros fizeram um pacto entre si para adoração a Deus de acordo com sua compreensão puritana. Mas, mais uma vez foram descobertos, diversos membros foram novamente presos, e outros junto com seu pastor Richard Fitz foram mortos. Mas, a chama não se apagou e a história da Igreja Congregacional é longa, rica, linda e inspiradora.
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NOTAS

[1] CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos (São Paulo: Vida Nova, 2006) p. 275.

[2] Conforme “The Reformation in England” em <http://www.ucc.org/about-us/short-course/the-reformation-in-england.html> Acesso em 08/07/07.

[3] História da Igreja Cristã, 2a ed. (São Paulo: JUERP/ ASTE, 1980), p. 547. Conforme também <http://www.usgennet.org/usa/topic/colonial/religion/history.html> Acesso 08/12/07.

[4] Conforme <http://chi.gospelcom.net/DAILYF/2002/06/daily-06-19-2002.shtml> Acesso em 08/12/07.

ACESSE TAMBÉM