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sexta-feira, 3 de abril de 2009

PARÁFRASE DE ROMANOS POR C. H. DOOD


Paráfrase da Carta aos Romanos



C. H. Dodd (para conhecê-lo veja: C.H. DOOD )




CARTA DO MISSIONÁRIO PAULO À COMUNIDADE DOS CRISTÃOS DE ROMA


A seguinte paráfrase abreviada da Epístola aos Romanos visa apresentar numa linguagem corrente toda seqüência do tema, conservando, na medida do possível, estilo epistolar característico do original:


Meus caros amigos cristãos de Roma,


Por toda parte aonde vou, ouço falar da fé de vocês e agradeço por isso ao Senhor. Na minha prece cotidiana peço que me seja concedido visitar vocês. Creio que tal visita haveria de fazer-lhes bem e certamente também a mim. Com efeito, muitas vezes tenho tentado ir a Roma mas até hoje sempre tem acontecido algo que me impediu. Não vou considerar terminado o meu trabalho missionário entre os gentios, enquanto não houver pregado em Roma. Minha missão é universal e naturalmente não conhece limites de raça ou de cultura, já que minha mensagem é universal. É a mensagem da justiça de Deus revelada aos homens sobre um fundamento de fé (1.1-17).


Além do mais, no mundo de hoje só se vê a vingança do pecado. Vejam o mundo pagão: todos os homens têm um conhecimento de Deus baseado na religião natural mas o mundo pagão voltou as costas deliberadamente a este conhecimento, e por causa de toda a sua arrogante filosofia, degradou a religião em idolatria. Como conseqüência natural, os costumes morais se corromperam a tal ponto que deveriam todos ficar horrorizados (1.18-32).


Mas vocês, amigos judeus, não devem ficar pensando em complacência nos pecados do mundo pagão. Vocês também são culpados. Não confundam a paciência de Deus para com seu povo com o perdão. Os juízos de Deus são imparciais. Aqui não faz diferença conhecer ou ignorar a Lei de Moisés. Os gentios têm a Lei de Deus escrita em seus corações. Se a observam, bem; se não, estão condenados. E quanto a vocês – vocês se chamam judeus e se orgulham da Lei; mas observam todos os seus mandamentos? Vocês são circuncidados, etc., mas isso de nada vale. Deus olha o interior, no profundo do seu coração. A seus olhos um pagão honesto é melhor que um mau judeu. Não quero com isso dizer que não haja vantagem alguma em ser judeu; (disso falarei mais adiante); mas leiam sua Bíblia e apliquem a si mesmos as duras palavras dos profetas, que foram faladas – lembrem-se – não a pagãos, mas a pessoas que conheciam a Lei, como vocês. Não, judeus e pagãos, estamos na mesma situação. Ninguém pode considerar-se justo diante de Deus, se se baseia naquilo que realmente fez. A Lei serve apenas para fazer tomar consciência da culpa (2.1-3.20).


Mas agora, além da Lei, temos a revelação da justiça de Deus [como eu dizia (1.17)]. Ela é dada por meio da fé, da fé em Jesus Cristo. É dada a todo homem, judeu ou gentio, contanto que tenha fé. Todos nós pecamos e todos nós podemos ser justificados diante de Deus. Trata-se de um dom gratuito, que nos é concedido pela sua benevolência. Somos libertados em Cristo Jesus, que é o intermediário designado por Deus para destruir o pecado – um intermediário que age com o sacrifício da própria vida e com a fé da nossa parte. Deus, depois de haver suportado os pecados cometidos nos tempos antigos, nos dias da sua paciência, demonstra sua justiça no mundo de hoje, revelando que ele é justo e que ele justifica os que têm fé em Jesus Cristo. Aqui não há lugar para vanglória! Não há distinção entre judeu e gentio! (3.21-31).


Mas então que dizer de Abraão? você vai perguntar. Não conquistou ele a benevolência de Deus pelo que ele fez? De modo algum! Leia sua Bíblia e você verá que a promessa lhe foi feita antes que fosse circuncidado. A Bíblia diz expressamente que “ele teve fé em Deus e isso lhe foi levado em conta de justiça.” O mesmo princípio também se aplica a nós (cap. 4).


[Voltemos ao nosso assunto.] Reconciliados com Deus pela fé, estamos em paz com Deus, aconteça o que acontecer. O amor de Deus inunda todo o nosso ser; amor demonstrado no fato de que Cristo morreu por nós, não porque fôssemos pessoas boas por quem alguém pudesse morrer, mas de fato quando éramos pecadores. Ele morreu, não por seus amigos, mas por seus inimigos. Pois bem, se quando éramos inimigos Cristo morreu por nós, com maior razão ele nos salvará agora que somos amigos! Se ele nos reconciliou com Deus morrendo por nós, com maior razão nos salvará vivendo por nós e em nós. Disso podemos nos gloriar! (5.1-11).


[Eu disse que Cristo morreu e vive por todos nós. Mas – perguntam vocês – como pode a vida e a morte de um indivíduo ter conseqüências para tantos?] Vocês acreditam que todos nós sofremos por causa do pecado de Adão; se assim é, por que não haveríamos de lucrar com a justiça de Cristo? Sem dúvida, não há de fato comparação alguma entre o poder do mal que se propaga e o poder do bem que obtém a vitória, pois este é fruto da benevolência de Deus. Todavia, vocês entendem meu argumento: um homem pecou – uma descendência inteira sofre com isso; um Homem viveu na justiça – e toda uma raça adquire com isso a vida. [Mas que dizer da Lei? perguntam vocês.] A Lei veio apenas para aumentar a consciência da culpa (5.12-21).


Agora desejo responder a uma dificuldade. Tenho ouvido pessoas dizer: “Se o pecado manifesta a graça de Deus, continuemos a pecar, para que esta graça continue a se exercer. Por que não trazer o mal, para que venha dele o bem?” (cf. 3.8). Que loucura! Ser salvos por Cristo significa morrer ao pecado. Pensem no simbolismo do Batismo. Vocês descem para dentro da água: isso significa ser sepultados com Cristo. Vocês sobem da água: é ressuscitar do túmulo com Cristo. Isto quer dizer, pois, uma vida nova, uma vida que vem da união com Cristo vivo. Vocês admitem que quando uma pessoa morre, ninguém mais a pode condenar pelo mal que possa ter cometido. É como um escravo libertado de todo poder por parte do seu último senhor. Imaginem-se, pois, vocês como mortos. Quando recordarem a morte de Cristo, pensem que vocês próprios – isto é, o seu “eu” mau de antigamente – foram crucificados com ele. E quando recordarem a sua ressurreição, pensem em vocês como vivendo, com ele, uma vida nova. E sobretudo, lembrem-se de que Cristo, uma vez ressuscitado, já não morre mais; assim também vocês, vivendo a nova vida nele, não devem morrer mais. Quero dizer que o pecado, que antes os dominava, não deve mais escravizá-los; não o permitam! Vocês são escravos libertados; não se vendam de novo para a escravidão. Ou, se lhes agrada este termo, vocês agora são escravos, não do Pecado, mas da Justiça (a expressão forte se deve ao meu desejo de ajudá-los a compreender). Assim como antes vocês eram propriedade do Pecado, e todas as suas faculdades eram instrumentos do mal, assim agora vocês pertencem à Justiça, e todas as faculdades que vocês têm devem ser um instrumento do bem. Libertados do pecado, vocês são escravos de Deus; é isso o que eu queria dizer. O preço pago ao seu antigo dono era a morte; seu novo Mestre lhes dá de presente a vida (6.1-23).


Façamos uma outra comparação. Vocês sabem que pela lei a mulher está ligada a seu marido enquanto ele vive; se ele morrer, ela está livre: pode casar-se de novo se quiser e a Lei não tem nada a objetar. Assim vocês podem se considerar como tendo sido casados com o Pecado ou com a Lei. A morte os livrou do laço daquele matrimônio [embora aqui cesse a comparação, pois foi] a morte de Cristo que os libertou! Seja como for, vocês estão livres – livres, quero dizer, para desposar Cristo. Vocês tiveram uma numerosa descendência de más ações pelo seu primeiro matrimônio; devem agora produzir uma abundância de bons frutos para Cristo. Quero dizer, naturalmente, que é sua obrigação servir a Deus no espírito de Cristo (6.1-7.6).


Reconheço que minhas palavras podem fazer crer que eu esteja identificando Lei e pecado. Não é esta a minha intenção. Mas sem dúvida é evidente que a função da Lei é fazer tomar consciência do pecado. Por exemplo, eu nunca chegaria a saber o que é cobiça, se a Lei não dissesse: “Não cobiçarás.” A perversidade da natureza humana sob o domínio do pecado é tal, que a proibição me provoca o desejo. Houve um tempo em que eu nada conhecia da Lei e vivia a minha própria vida. Depois veio a Lei, o pecado despertou em mim e a vida se tornou para mim morte. Naturalmente a Lei é boa, mas o Pecado aproveitou-se dela, para me prejudicar. Sou apenas carne e sangue e carne e sangue estão inclinados ao pecado. Posso ver o que é bom e o desejo, mas não consigo praticá-lo; quer dizer, minha mente reconhece a Lei e no entanto lhe desobedeço com minha perversidade moral. Ou, se assim podemos dizer, há uma Lei para a minha mente – a lei de Deus – uma outra para a minha conduta externa – a lei do pecado e da morte. É uma situação semelhante a de um homem vivo acorrentado a um cadáver. Miséria total! Mas, graças a Deus, a corrente foi quebrada. A lei do Espírito de Vida que está em Cristo, libertou-me da lei do pecado e da morte. Cristo assumiu esta natureza feita de carne e sangue que está sob o domínio do pecado. O pecado pretendia ser seu senhor; mas Cristo venceu a batalha; o pecado não teve mais êxito, suas pretensões foram rejeitadas e a natureza humana foi libertada. O resultado é que tudo aquilo que a Lei visava – justiça, santidade e bondade – se realiza naqueles que vivem pelo Espírito de Cristo. São duas as formas de vida oferecidas ao homem: a vida da natureza inferior feita de carne e sangue – da qual falei – e a vida do espírito. Temos o Espírito de Cristo, e por isso podemos viver a vida do espírito. E afinal este Espírito infundirá uma vida nova em todo o organismo humano (7.7-8.11).


Vocês vêem, portanto, que carne e sangue não têm direito algum sobre nós; nós pertencemos ao Espírito. Os que são animados pelo Espírito são filhos de Deus, [Acima falei de ‘escravos de Deus;’ mas de fato] não somos escravos, e sim filhos – filhos e herdeiros de Deus, como Cristo; e quando chegarmos a possuir nossa herança, como será gloriosa! (8.12-18).


Esta, porém, é uma posse reservada ao futuro. No presente, todo o universo se acha numa situação deplorável e em tal estado aguarda a revelação dos filhos de Deus. Agora toda a existência parece fútil na sua transitoriedade; e nós compartilhamos das angústias da criação. Mas temos a esperança; e o fundamento desta esperança é a posse do Espírito de Deus – trata-se apenas de um penhor, mas é o suficiente para inspirar-nos confiança. Realmente toda prece que fazemos – mesmo uma simples prece inarticulada – é a expressão do Espírito dentro de nós. Sabemos que em tudo Deus está operando dentro de nós. Seu plano está por detrás de tudo, e ele está a nosso lado. Se ele nos deu seu próprio Filho, podemos crer que nos dará qualquer outra coisa. Ele nos ama e nada no mundo nem fora do mundo pode nos separar do seu amor (8.18-39).


[Com isso termino o primeiro tema que queria tratar; mas antes de passar às conclusões finais, devo retornar a uma dificuldade já apresentada (cf. 3.1-4)]. Se não há diferença entre judeu e gentio, não terá sentido algum o grande passado de Israel? Todas as promessas da Escritura de nada valem? Antes de tudo, permitam-me dizer-lhes quanto lamento a exclusão da nação judaica no seu conjunto da nova vida. Estaria disposto a renunciar a todos os meus privilégios cristãos, se com isso pudesse encontrar um meio de conduzir os judeus a esta vida. Mas devemos reconhecer os fatos. E o primeiro fato é que a nação no seu conjunto jamais foi capaz de conseguir as promessas: desde o início verificou-se um processo de seleção. Entre os filhos de Abraão só Isaac foi chamado, entre os filhos de Isaac só Jacó. Se perguntarmos pelo motivo, a resposta só pode ser: que Deus não está ligado por nenhuma necessidade histórica ou natural, mas intervém segundo a sua vontade. Questionar esta vontade é tão absurda quanto o vaso acusar o oleiro. Além disso, já que alguns membros da raça hebréia sempre prevaricaram, Deus declarou repetidas vezes que pretendia afinal incluir outros, que não eram membros da raça hebréia; e é exatamente isto que está acontecendo agora. Ora, como eu disse, não tenho desejo mais ardente que o de ver toda a nação salva. Mas a realidade é que os israelitas recusaram deliberadamente a chance que lhes foi oferecida. Não há nada de demasiado elevado ou de recôndito na mensagem cristã. É algo muito simples: trata-se de reconhecer Jesus como Senhor e de crer que ele está vivo; só isso. E eles não podem dizer que nunca ouviram a mensagem, pois Cristo tem suas testemunhas por toda parte. Parece, pois, que Deus teria rejeitado o seu povo para punir sua obstinação. Mas não penso que seja assim. As promessas de Deus não são feitas em vão. Em primeiro lugar, sempre tem havido e ainda há um “resto” fiel do povo judaico. Em segundo lugar, quanto ao conjunto do povo, sua presente rejeição da mensagem é apenas um meio escolhido pela Providência divina para estendê-la aos gentios. A velha oliveira de Israel ainda está de pé; muitos de seus ramos foram cortados e novos ramos da oliveira selvagem foram enxertados em seu lugar. Mas Deus pode reenxertar os cortados, se for da sua vontade. E creio ser esta sua vontade e que no fim toda a nação voltará a ele e herdará as promessas. Então, se a queda de Israel significou para o mundo uma tal bênção, quanto maior bênção não trará a sua salvação final! O plano de Deus, como eu disse no início (cf. 1.16), é universal: permitiu que toda a humanidade, judeus e gentios, caísse no pecado, só para poder exercer no fim a sua misericórdia para com todos os homens, tanto judeus como gentios. Quão profundos e imperscrutáveis são seus desígnios! (cap. 9-11).


Agora posso retomar meu tema principal. Se tal é o modo como Deus nos trata, qual deve ser nossa resposta? Poderíamos fazer outra coisa senão oferecer a Deus todo o nosso ser como um sacrifício de gratidão? E de que modo? Com uma vida vivida como membros de um só corpo. Que cada um cumpra fielmente a própria função. Que o amor esteja na base de todo relacionamento de um para com outro e do relacionamento externo de vocês mesmo para com os inimigos. Não excluam o imperador do vosso amor, mas obedeçam às suas leis e paguem seus impostos. Sim, e paguem todas as dívidas a todo credor. De fato, o amor é a única dívida aceitável de um para com o outro. Se você ama seu próximo como a si mesmo, você cumpriu toda a lei moral. Mas sejam solícitos em tudo, porque já está raiando o dia glorioso (cap. 12-13).


Ouvi dizer que entre vocês há divergências quanto à observância do sábado e o costume de comer só legumes. Aqui se trata de aplicar o que eu disse sobre o amor fraterno que deve caracterizar todo ato de vocês. Lembrem-se de que os sabatistas e os anti-sabatistas, os vegetarianos e os que comem carne estão todos igualmente a serviço de um só Mestre. Respeitem as opiniões dos outros. Não pensem só em si mesmos; pensem nos seus irmãos cristãos e procurem colocar-se na situação deles. Se alguém lhes parece fraco de espírito, ou escrupuloso, lembrem-se de que se trata sempre de um irmão seu, e de que Cristo morreu por ele como por vocês e respeitem sua consciência. Se o exemplo de vocês o levasse a um ato que é indiferente para vocês, mas pecado para ele, vocês feriram sua consciência. Seria conveniente colocar assim em perigo uma alma para salvaguardar a liberdade de vocês em coisas tão secundárias? Se o outro é de espírito fraco e vocês são fortes, com maior razão vocês devem ajudá-lo a levar o seu fardo. Lembrem-se: Cristo não procurou o que lhe agradava. Em suma, sabatistas e anti-sabatistas, judeus e gentios, tratem-se uns aos outros como Cristo os tratou e que Deus esteja com vocês (14.1-15.13).


Meus caros irmãos, não pensem que eu os julgasse necessitados dessa minha longa exortação. Vocês são cristãos inteligentes e capazes de se aconselharem uns aos outros. Todavia, julguei oportuno trazer-lhes à memória alguns assuntos. Afinal, sinto que tenho certa responsabilidade com relação a vocês na qualidade de missionário entre os gentios. Agora completei minha missão que me levou até o Adriático. Vou agora a Jerusalém para levar as contribuições que recolhi na Grécia. Depois, espero começar a trabalhar no ocidente e tenho a intenção de ir para a Espanha e de fazer uma parada em Roma durante a viagem. Orem por mim, para que minha missão em Jerusalém tenha êxito; assim terei condições de ir até vocês (15.14-32).


Recomendo-lhes a nossa irmã Febe. Ela presta um admirável serviço à nossa comunidade de Cencréia. Façam por ela tudo quanto puderem. Ela o merece.


Lembranças a Priscila e Áquila, a Epêneto, a Maria e a todos os amigos de Roma.


[P. S. – Tenham cuidado com as pessoas que provocam erros. Sejam sábios, gentis. Desejo-lhes tudo de bom].


Timóteo, Lúcio, Jasão, Sosípatro e todos os amigos de Corinto enviam saudações. (Eu também envio saudações – Tércio, o secretário).


Glória a Deus! (cap. 16).

Com meus melhores votos,

seu irmão

PAULO,

Missionário de Jesus Cristo


Fonte: ARMINIANOS.COM

Um comentário:

Unknown disse...

"O caráter e a inteligência
podem impressionar as pessoas,
mas é o amor que damos a alguém, que nos fazem brilhantes,
e inesquecíveis em sua vida.
Porque o amor, torna as pessoas indispensáveis.
Assim, se você quiser acender um sorriso, iluminar um coração
ou acordar a esperança em alguém, precisa se lembrar de uma coisa,
as pessoas se alegram com a sua inteligência,
apreciam o seu caráter,
mas precisam mesmo é do seu amor!"

Maravilhoso post.

Graça e paz!

Edimar Suely
jesusminharocha.blig.ig.com.br

* CONGREGACIONALISMO, O QUE É ISSO?

Congregacionalismo é a forma de governo de Igreja em a autoridade repousa sobre a independência e a autonomia de cada Igreja local. Este tem sido declarado como o sistema primitivo que representa a forma mais antiga de governo da Igreja. O Congregacionalismo moderno, no entanto, data a partir da Reforma Protestante.

Já em 1550, há indícios de homens e mulheres se reunindo para pregar a Palavra de Deus e administrar os sacramentos como separados da Igreja nacional da Inglaterra (Anglicana).

Quando ficou claro que a rainha Elizabeth I não tinha a intenção de uma reforma radical da Igreja inglesa, o número dessas comunidades separadas aumentou.

Robert Browne, o primeiro teórico do sistema, insistia em que estas «igrejas separadas", deviam ser independente do Estado e ter o direito de governarem-se a si próprias, estabelecendo assim as linhas essenciais do Congregacionalismo como o conhecemos hoje.

Desde o 1580 os Brownistas (como passaram a ser chamados estes dissidentes) aumentaram em número e os contornos do congregacionalismo tornaram-se mais claramente definidos; igrejas foram formadas em Norwich, Londres, Scrooby e Gainsborough.

O movimento foi impulsionado pela perseguição. Alguns destes separatistas migraram para a Holanda (1607) e depois (1620) para os Estados Unidos da América, onde o Congregacionalismo foi influente na formação tanto da religião quanto da política daquele país.

Na Inglaterra os Independentes (como também eram chamados) formaram a espinha dorsal do exército de Oliver Cromwell. Seus teólogos defenderam a sua posição congregacionalista na Assembléia de Westiminster e os seus princípios foram reafirmados na Declaração Savoy de Fé e Ordem, em 1658.

Mesmo sendo autônomas esta independência das igrejas Congregacionais não as coloca em completo isolamento. Elas reconheceram o vínculo de uma fé comum e de uma ordem e formaram Associações locais de apoio mútuo e estreitamento de relações.

A União Congregacional da Escócia foi formado em 1812; a da Inglaterra e País de Gales em 1832.

Estas uniões não tinham qualquer autoridade legislativa, mas serviram para aconselhar as igrejas e exprimir as suas idéias em comum.

Em 1972 a maior parte das Igrejas Congregacionais na Inglaterra e no País de Gales se uniu com a Igreja Presbiteriana da Inglaterra para formar a Igreja Reformada Unida. Muitas igrejas que não concordaram com esta união formam hoje a Federação Congregacional e a Comunhão de Igrejas Evangélicas Independentes.

Nos E.U.A. na maior parte das Igrejas Cristãs Congregacionais, em 1957 ingressou com a Igreja Evangélica Reformada em uma união para formar a Igreja Unida de Cristo. As igrejas que não concordaram com esta união formaram outras associações até hoje existentes, com destaque para a Associação Nacional de Igrejas Cristãs Congregacionais e para a Conferência Cristã Conservadora Congregacional.

Adpt. Joelson Gomes

The Concise Oxford Dictionary of the Christian Church 2000, originalmente publicado por Oxford University Press, 2000.

* OS PRIMEIROS CONGREGACIONALISTAS

A maneira Congregacional de igreja na Inglaterra provavelmente tenha seu nascimento em 1567,[1] num pequeno grupo de cerca de cem irmãos que insatisfeitos com tudo o que estava acontecendo dentro da igreja inglesa, começou a se reunir para adorar secretamente no “Salão Plumbers”, Londres. Eles eram chamados de “a Igreja de Privye”,[2] (ou Igreja Privada) transformando-se esta na primeira das muitas congregações separatistas de protesto na Inglaterra. O ajuntamento foi considerado ilegal pelas autoridades, e em 19 de Junho de 1567, e segundo o proeminente historiador Congregacional Williston Walker, os seus membros foram presos, açoitados em público ou mortos.[3] Este dia é considerado por muitos historiadores como o dia da origem moderna da maneira Congregacional de ser igreja.[4] A congregação do Salão Plumbers foi assim dispersa, mas foi logo reorganizada, e agora com mais clareza de sua finalidade. Os seus membros fizeram um pacto entre si para adoração a Deus de acordo com sua compreensão puritana. Mas, mais uma vez foram descobertos, diversos membros foram novamente presos, e outros junto com seu pastor Richard Fitz foram mortos. Mas, a chama não se apagou e a história da Igreja Congregacional é longa, rica, linda e inspiradora.
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NOTAS

[1] CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos (São Paulo: Vida Nova, 2006) p. 275.

[2] Conforme “The Reformation in England” em <http://www.ucc.org/about-us/short-course/the-reformation-in-england.html> Acesso em 08/07/07.

[3] História da Igreja Cristã, 2a ed. (São Paulo: JUERP/ ASTE, 1980), p. 547. Conforme também <http://www.usgennet.org/usa/topic/colonial/religion/history.html> Acesso 08/12/07.

[4] Conforme <http://chi.gospelcom.net/DAILYF/2002/06/daily-06-19-2002.shtml> Acesso em 08/12/07.

ACESSE TAMBÉM