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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

DECRAÇÃO DE FÉ DE SAVOY- DAS ESCRITURAS


Primeira Igreja Congregacional- Ceredo, West Virginia



CAPÍTULO I


DA SAGRADA ESCRITURA

I. - Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, de tal modo que os homens ficam indesculpáveis, contudo elas não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e de sua vontade que é necessário à salvação; portanto aprouve ao Senhor, em vários momentos e de diversas maneiras, revelar-se, e declarar sua vontade a sua Igreja. E depois, para melhor preservar e propagar a verdade, e para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e a malícia de Satanás e do mundo, aprouve-lhe entregar a mesma para que fosse plenamente escrita. Isso torna a Sagrada Escritura totalmente indispensável, tendo agora cessado aquelas antigas formas de Deus revelar sua vontade a seu povo.

Sl. 19: 1-4; Rm. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cr. 1:21, e 2:13-14; Hb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rm. 15:4; Mt. 4:4, 7, 10; Is. 8: 20; I Tm. 3: I5; II Pd. 1: 19.


II. - Sob o nome de Sagrada Escritura, ou a Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e Novo Testamentos, os quais são:

Velho Testamento

Génesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juizes, Rute, l Samuel, 2 Samuel, l Reis, 2 Reis, l Crónicas, 2 Crónicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amos, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.

Novo Testamento

Mateus, Marcos, Lucas, João, Os Atos dos Apóstolos, A Epístola de Paulo aos Romanos, l Coríntios, 2 Coríntios, Gaiatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, l Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, l Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemom, A Epístola aos Hebreus, A Epístola de Tiago, A Primeira e a Segunda Epístola de Pedro, A Primeira, Segunda e Terceira Epístola de João, A Epístola de Judas, e O Apocalipse.

Todos estes foram dados pela inspiração de Deus para serem a regra de fé e vida.

Ef. 2:20; Ap. 22:18-19: II Tm. 3:16; Mt. 11:27.


III. - Os livros comumente chamados de Apócrifa, não sendo de inspiração divina, não fazem parte do cânon da Escritura; e, portanto, não são de nenhuma autoridade na Igreja de Deus, nem de modo algum podem ser aprovados ou utilizados senão como meros escritos humanos.

Luc. 24:27,44; Rom. 3:2; II Pedro 1:21.


IV. - A autoridade da Sagrada Escritura, pela qual ela deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas única e totalmente de Deus (que é a própria verdade), que é seu Autor; e, portanto, deve ser recebida, porque é a Palavra de Deus.

II Tm. 3:16; I Jo. 5:9, I Ts. 2:13.


V. - Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e induzidos a um elevado e reverente apreço pela Sagrada Escritura; e a sublimidade do conteúdo, a eficácia da doutrina, a majestade do estilo, a harmonia de todas as partes, a abrangência de seu todo (que é de dar a Deus toda a glória), a plena exposição que faz do único meio de salvação para o homem, as muitas outras excelências incomparáveis, e sua perfeição total, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a Palavra de Deus. Não obstante, nossa plena persuasão e certeza de sua infalível verdade e divina autoridade provém da obra interna do Espírito Santo, que, pela Palavra e com a Palavra, testifica em nossos corações.

I Tm. 3:15; I Jo. 2:20,27; Jo. 16:13-14; I Co. 2:10-12.


VI. - Todo o conselho de Deus, concernente a todas as coisas indispensáveis à sua glória, à salvação, fé e vida do ser humano, ou está expressamente registrado na Escritura, ou pode ser lógica e claramente deduzido dela; à qual nada, e em tempo algum, deve ser acrescentado, seja por novas revelações do Espírito, ou por tradições de homens. Não obstante, reconhecemos ser indispensável a iluminação interior do Espírito de Deus para o discernimento salvífico daquelas coisas que são reveladas na Palavra; e que há certas questões concernentes ao culto divino e ao governo da Igreja, comuns às ações e sociedades humanas, que têm de ser ordenadas de acordo com a luz da natureza e da prudência cristã, segundo as regras gerais da Palavra, as quais sempre devem ser observadas.

II Tm. 3:15-17; Gl. 1:8; II Ts. 2:2; Jo. 6:45; I Co. 2:9, 10, l2; I Co. 11:13-14.


VII. - Nem todas as coisas são, em si mesmas, igualmente claras nas Escrituras, nem igualmente evidentes a todos; não obstante, aquelas coisas que precisam ser conhecidas, cridas e observadas para a salvação são tão claramente expostas e visíveis, em um ou outro lugar da Escritura, que não só os doutos, mas também os não instruídos, mediante o devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma compreensão suficiente delas.

II Pd. 3:16; Sl. 119:105, 130; At. 17:11.


VIII. - O Velho Testamento em hebraico (que era a língua nativa do povo de Deus dos tempos antigos), e o Novo Testamento em grego (que era a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que o Novo Testamento foi escrito), sendo diretamente inspirados por Deus, e por seu singular cuidado e providência conservados puros ao longo de todos os séculos, são, portanto, autênticos; sendo assim, em todas as controvérsias religiosas, a Igreja deve apelar para elas como recurso final. Visto, porém, que essas línguas originais não são conhecidas a todo o povo de Deus, o qual tem direito e interesse nas Escrituras, e que deve, no temor de Deus, lê-las e pesquisá-las, esses livros, portanto, têm de ser traduzidos para a língua comum de cada nação onde chegam, a fim de que, a Palavra de Deus habitando abundantemente em todos, adorem a Deus de uma maneira aceitável, e pela paciência e pela consolação das Escrituras tenham esperança.

Mat. 5:18; Isa. 8:20; II Tim. 3:14-15; I Cor. 14; 6, 9, 11, 12, 24, 27-28; Col. 3:16; Rom. 15:4.


IX. - A regra infalível de interpretação da Escritura é a própria Escritura; e, portanto, quando houver alguma questão acerca do genuíno e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), a mesma deve ser estudada e elucidada por outros textos que falem mais claramente.

At. 15: 15; Jo. 5:46; II Pd. 1:20-21.


X. - O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas devem ser determinadas, e todos os decretos de concílios, opiniões de escritores antigos, doutrinas de homens e espíritos particulares* devem ser examinados, e em cuja sentença devemos descansar, não pode ser outro senão a Escritura Sagrada entregue pelo Espírito Santo; nesta Escritura assim entregue a nossa fé finalmente se resolve.

Mt. 22:29, 3 1; At. 28:25; Gl. 1: 10.

Um comentário:

... disse...

Olá!
Obrigada pela visita ao Blog Meninas Com Propósitos!
E será sempre bem-vindo no blog, mesmo não sendo menina rs
Que o Senhor continue te abençoando!
Bjus

* CONGREGACIONALISMO, O QUE É ISSO?

Congregacionalismo é a forma de governo de Igreja em a autoridade repousa sobre a independência e a autonomia de cada Igreja local. Este tem sido declarado como o sistema primitivo que representa a forma mais antiga de governo da Igreja. O Congregacionalismo moderno, no entanto, data a partir da Reforma Protestante.

Já em 1550, há indícios de homens e mulheres se reunindo para pregar a Palavra de Deus e administrar os sacramentos como separados da Igreja nacional da Inglaterra (Anglicana).

Quando ficou claro que a rainha Elizabeth I não tinha a intenção de uma reforma radical da Igreja inglesa, o número dessas comunidades separadas aumentou.

Robert Browne, o primeiro teórico do sistema, insistia em que estas «igrejas separadas", deviam ser independente do Estado e ter o direito de governarem-se a si próprias, estabelecendo assim as linhas essenciais do Congregacionalismo como o conhecemos hoje.

Desde o 1580 os Brownistas (como passaram a ser chamados estes dissidentes) aumentaram em número e os contornos do congregacionalismo tornaram-se mais claramente definidos; igrejas foram formadas em Norwich, Londres, Scrooby e Gainsborough.

O movimento foi impulsionado pela perseguição. Alguns destes separatistas migraram para a Holanda (1607) e depois (1620) para os Estados Unidos da América, onde o Congregacionalismo foi influente na formação tanto da religião quanto da política daquele país.

Na Inglaterra os Independentes (como também eram chamados) formaram a espinha dorsal do exército de Oliver Cromwell. Seus teólogos defenderam a sua posição congregacionalista na Assembléia de Westiminster e os seus princípios foram reafirmados na Declaração Savoy de Fé e Ordem, em 1658.

Mesmo sendo autônomas esta independência das igrejas Congregacionais não as coloca em completo isolamento. Elas reconheceram o vínculo de uma fé comum e de uma ordem e formaram Associações locais de apoio mútuo e estreitamento de relações.

A União Congregacional da Escócia foi formado em 1812; a da Inglaterra e País de Gales em 1832.

Estas uniões não tinham qualquer autoridade legislativa, mas serviram para aconselhar as igrejas e exprimir as suas idéias em comum.

Em 1972 a maior parte das Igrejas Congregacionais na Inglaterra e no País de Gales se uniu com a Igreja Presbiteriana da Inglaterra para formar a Igreja Reformada Unida. Muitas igrejas que não concordaram com esta união formam hoje a Federação Congregacional e a Comunhão de Igrejas Evangélicas Independentes.

Nos E.U.A. na maior parte das Igrejas Cristãs Congregacionais, em 1957 ingressou com a Igreja Evangélica Reformada em uma união para formar a Igreja Unida de Cristo. As igrejas que não concordaram com esta união formaram outras associações até hoje existentes, com destaque para a Associação Nacional de Igrejas Cristãs Congregacionais e para a Conferência Cristã Conservadora Congregacional.

Adpt. Joelson Gomes

The Concise Oxford Dictionary of the Christian Church 2000, originalmente publicado por Oxford University Press, 2000.

* OS PRIMEIROS CONGREGACIONALISTAS

A maneira Congregacional de igreja na Inglaterra provavelmente tenha seu nascimento em 1567,[1] num pequeno grupo de cerca de cem irmãos que insatisfeitos com tudo o que estava acontecendo dentro da igreja inglesa, começou a se reunir para adorar secretamente no “Salão Plumbers”, Londres. Eles eram chamados de “a Igreja de Privye”,[2] (ou Igreja Privada) transformando-se esta na primeira das muitas congregações separatistas de protesto na Inglaterra. O ajuntamento foi considerado ilegal pelas autoridades, e em 19 de Junho de 1567, e segundo o proeminente historiador Congregacional Williston Walker, os seus membros foram presos, açoitados em público ou mortos.[3] Este dia é considerado por muitos historiadores como o dia da origem moderna da maneira Congregacional de ser igreja.[4] A congregação do Salão Plumbers foi assim dispersa, mas foi logo reorganizada, e agora com mais clareza de sua finalidade. Os seus membros fizeram um pacto entre si para adoração a Deus de acordo com sua compreensão puritana. Mas, mais uma vez foram descobertos, diversos membros foram novamente presos, e outros junto com seu pastor Richard Fitz foram mortos. Mas, a chama não se apagou e a história da Igreja Congregacional é longa, rica, linda e inspiradora.
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NOTAS

[1] CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos (São Paulo: Vida Nova, 2006) p. 275.

[2] Conforme “The Reformation in England” em <http://www.ucc.org/about-us/short-course/the-reformation-in-england.html> Acesso em 08/07/07.

[3] História da Igreja Cristã, 2a ed. (São Paulo: JUERP/ ASTE, 1980), p. 547. Conforme também <http://www.usgennet.org/usa/topic/colonial/religion/history.html> Acesso 08/12/07.

[4] Conforme <http://chi.gospelcom.net/DAILYF/2002/06/daily-06-19-2002.shtml> Acesso em 08/12/07.

ACESSE TAMBÉM